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quarta-feira, 15 de abril de 2015

O Problema Provido pela Bíblia - Parte II


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Após passar 1 ano, o lado perturbador sobre a validade da bíblia desapareceu de minha mente, mas somente porque eu parei e evitei pensar na bíblia e em seus erros. E ao invés de eu focar em expandir meu conhecimento do mundo, das experiências como meu curso de Ética e debater com ateus sobre a validade do livro de Schroeder nos fóruns que eu frequentava, eu ainda acreditava que a Bíblia era definitivamente inspiradas, mesmo eu não existindo maneira de averiguar essa frase.

Mesmo que houvesse alguns erros na bíblia, eu estava confiante de que no geral era uma espetacular fonte de conhecimento.

O professor não compartilhava minha crença, ele dizia:

‘O Gênesis é demonstravelmente errado com respeito a coisas fundamentais como a alegada ordem da criação e  além de duas ordens diferentes serem apresentadas, mas isso faz pouca diferença para aqueles que não tem uma percepção lógica ou não são possuem o conhecimento adequado para averiguar o livro. Por exemplo, eu tenho bons amigos, que tem extensa formação que acreditam em uma verdade literal do dilúvio universal no tempo de Noé, apesar do fato de existirem 35 mil espécies só de aranhas, com provavelmente a mesma quantidade por aí esperando para ser descoberta.

O velho testamento, também conflita com o bom senso para aqueles que o tem, mesmo em meio a observações óbvias, onde a maior inteligência do universo, provavelmente viria com uma melhor solução para jovens que zombavam de um profeta sobre sua perda de cabelo, do que pegar ursas da floresta para desmembra-los em II Reis 2:24.

Claro que a concepção israelita de Deus que ordenou que Moisés assassinasse todas as crianças cananeias que não se qualificaria razoavelmente como sendo uma alta inteligência.’

Havia um tempo em que os versículos como esses sobre matanças não me faziam parar. Eu me preocupava com essa perspectiva do Velho Testamento e eu correria para atender um chamado de Deus para MATAR por Ele. Para matar qualquer coisa ou qualquer pessoa que ele demandasse que fosse morto, mesmo uma criança se fosse me pedido, pois é isso que a verdadeira obediência exige. E mesmo assim, no fundo de minha mente eu sempre me senti desconfortável com esses versículos e os evitava, assim como dentro das religiões eles evitam falar sobre esses versículos, desta forma fica simples de seguir a um Deus.

Eu não podia explicar esses versículos. Mesmo em um tempo de minha vida, onde eu tranquilamente aceitava esses versículos, com uma inabalável obediência, alguma coisa parecia errada sobre esses versículos, mas eu fazia de tudo para que está sensação fosse embora. Eu que com frequência defendia a verdade, estava fugindo da verdade para que meu desejo emocional fosse saciado.

Se essa era a palavra de Deus, eu justificava minha posição com a pergunta:

Se está é a palavra de Deus, quem sou eu para questioná-la?

Essa era a maior negação que eu tinha sobre qualquer objeção levantada sobre a Bíblia. Eu me escondia por trás de minha ignorância, arrogância. Desta forma eu seguia a religião ignorante pontos cruciais que me afastavam da verdade a cada dia.

Eu dizia para mim mesmo que Deus havia escrito este livro, tem que estar certo de alguma maneira e nós temos que segui-la, independente do que esteja ali dentro. Era minha crença de que a bíblia tinha sido revelada para cada um de seus escritores individualmente em cada livro, por uma revelação cheia de sabedoria e livre de erros. Não havia necessidade de edição por autores posteriores ou mesmo necessidade de pensar pelos primeiros autores.

Essas palavras foram comunicadas diretamente da mente de Deus para os homens que escreveram a bíblia. Era isso que eu pensava que fazia a bíblia ser tão diferente de outros livros. Era isso que a fazia sagrada, acima de qualquer outro livro existente ou que poderia vir a existir.

Era também minha crença que a Bíblia, era a única fonte na época em que ela foi escrita. Era minha crença que a Bíblia nos foi passada através das eras, inalterado e perfeitamente intacta como diversos pastores, padres e apologistas dizem. E como a única fonte de seu tempo, nós não tínhamos razão para pensar que ela não tinha sido divinamente inspirada.

Eu acreditava que era uma mistério da academia, saber como, quando e onde a Bíblia tinha sido escrito.

Quando eu era jovem, os pastores sempre falavam que cientistas ou outras pessoas inteligentes que tentavam provar que a Bíblia estava errada, sempre terminavam provando que a bíblia estava certa e se tornavam cristãos. Essas histórias me enchiam com um sentimento de alegria e exultação de que eu era privilegiado de saber a verdade.

De repente o professor me contava uma história diferente, ele me disse que mostraram com ampla documentação, como a bíblia foi escrita. Ele também me indicou um livro intitulado ‘Alguns erros de Moisés’, o que eu assumi que eram erros de Moisés em escrever a Torá, mas eu argumentei, que o fato de Moisés ter cometido erros em escrever a Torá, isso não implica que tudo que ele escreveu é um mito. Em minha inocência, em minha cegueira, eu não conseguia ver o óbvio diante de meus olhos. Meus olhos estavam cegos para a verdade, por mais que ela estivesse debaixo de meu nariz o tempo todo.
Eu continuei a questionar, e como eu seu que a história da Torre de Babel não foi mal traduzida¿ Como você é professor e sabe Hebreu, você pode provavelmente me dizer!

Gerald Schroeder revelou que muitas passagens da Bíblia, poderiam ser entendidas em termos científicos com a tradução apropriada do hebreu original. O professor respondeu:

‘Chris, a torá não foi escrita por Moisés, nem por uma só pessoa. Também não é um problema de tradução. A Criação de uma ilusão, por manipulação histórica é o problema. ‘

Essas frases me deixaram perplexos, eu nunca tinha ouvido algo assim antes em minha vida. Ainda assim, ele era o professor de Linguística, que sabia hebreu, dizendo que a história não foi mal traduzida, e ainda mais, ele dizia que a bíblia foi escrita de uma maneira que intencionalmente manipula a história, e ele me deu fontes com evidências para essas informações.

As sentenças me atingiram com uma gigantesca quantidade de incerteza, como as que falavam como a torá foi escrita. Eu aprendi depois que o que o professor estava falando, era chamado de Hipótese Documental (eis o linkhttp://en.wikipedia.org/wiki/Documentary_hypothesis ).

Essa hipótese afirmava que a Torá foi escrita por pelo menos 5 autores diferentes. De acordo com ‘A Bíblia com fontes Reveladas’ pelo estudioso bíblico Richard Friedman. Cada um desses autores pode ser identificado por 6 peças de evidencias independentes do texto em hebreu da Torá.

Ø     O dialeto Linguístico do hebreu usado por cada autor, cada um desses dialetos é separado por décadas de evolução linguística.
Ø     A terminologia de Expressões únicas usadas por cada um dos autores.
Ø     O Tipo de conteúdo que cada um escolheu incluir.
Ø     A narrativa contínua e suave de cada autor em uma única história, quando a história dos outros autores são removidas.
Ø     As conexões que podem ser feitas entre um autor e o autor bíblico, que se acreditava viveram na mesma época.
Ø     Os Objetivos políticos que se pode inferir de um autor que dão dicas de que época eles de fato viviam.

Todas as 6 fontes convergem para coincidir com cada ator de forma individual.

Eu estava um pouco atônito com as frases do professor, mas eu ainda estava cético, como eu iria saber se não era apenas a opinião do professor? Ele respondeu:

‘Chris, existem poucas coisas nesse mundo que não são opiniões, mas existe uma diferença entre opiniões normais e opiniões informadas. Algumas opiniões tem uma qualidade maior do que outras. ‘

Eu percebi que ele estava certo.

Eu estava defendendo meu cristianismo como se ele fosse correto por ser correto. Como se eu pudesse assumir que era verdade a menos que alguém provasse que era falso com alguma evidência. Mas eu estava começando a perceber  que minhas crenças pessoais e em particular, minhas crenças na origem bíblica, eram apenas OPINIÕES.

E ao contrário das opiniões dos estudiosos a qual o professor se referia em seu comentário, minhas opiniões não eram baseadas em evidência direta. De fato, comparado com o que o professor sabia, minhas opiniões a respeito da Bíblia eram baseadas em ‘OUVI DIZER’ e suposições. Sempre me disseram isso e aquilo, e criei minha opinião a partir daí, talvez por ser criança essa crenças foram bem mais difundidas, já que crianças não questionam apenas seguem o que lhe dizem para seguir.

Na escola dominical sempre nos foi dito que a Torá havia sido escrita por Moisés. Ninguém nunca me mostrou referências do texto em hebraico para suportar a opinião que estavam dizendo. Eles simplesmente aceitavam como ‘verdade’ sem qualquer forma de evidenciaram o que estavam aceitando e dizendo.

Ninguém nas escolas e religiões me falaram de pesquisas arqueológicas ou críticas contrárias.

Nada em minha crença e opiniões era científico. Era apenas opiniões sem qualquer evidência.

Eu nem mesmo sabia que existem argumentos científicos que poderiam ser feitos a respeito das origens bíblicas! E duvido muito, que a maioria dos religiosos sabem disso.

Eu sempre assumi que era tudo um mistério para todos, mas agora o professor estava mostrando o quão profundas e fatais suposições eram, e como levava para o abismo da ignorância e arrogância. Eu vinha assumindo um monte de coisas, e eu não sabia que existiam respostas acadêmicas para os meus mistérios, que deixaram de ser misterioso como um todo. E se a bíblia foi realmente escrita dessa maneira, eu estava tendo cada vez mais dificuldades para justificar o porque ela era divinamente inspirada e outros livros não eram.

Se múltiplos autores escreveram e editaram a Torá. Pensaram, construíram, selecionaram, combinaram e compararam textos, então isso é uma forte evidência de que eles estavam pensando. E se eles estavam pensando sobre o que estavam escrevendo, então o que faria a composição da Bíblia, ser diferente de qualquer trabalho científico, documentos legais e livros de ficção?

Minha confiança na composição divina da bíblia e sua inspiração, fora comprometida ao ponto de que eu não podia confiantemente usá-la como evidência contra os argumentos do professor. Mas, mesmo se a Bíblia não fosse a palavra de Deus, isso não significa que Deus em si não exista. Muito longe disso. Eu sabia que Deus era real. Eu Falei com Deus pessoalmente! Foi Deus que me levou a essa conversa com o professor e eu vou provar para ele que estava certo.  Então, em minha cegueira pessoal para não negar minha crença, por um esforço pessoal, eu ceguei meus olhos mais uma vez para o óbvio.
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Item Reviewed: O Problema Provido pela Bíblia - Parte II Rating: 5 Reviewed By: Gabriel Orcioli