Este é um dos argumentos a favor da Existência de Deus e devemos compreendê-lo para assim conseguir refuta-lo. Essa postagem tem o intuito de conscientizar, principalmente aqueles que criticam sem saber.
O Argumento da Ressurreição de Jesus, não é a favor da Existência de Deus, mas sim a favor da Existência do Deus cristão. É bom fazer essa distinção.
Prossigo, então, para meu primeiro ponto, a saber:
(I) Existem quatro
fatos históricos que precisam ser explicados por alguma hipótese histórica adequada:
- O sepultamento de Jesus.
- A descoberta de seu túmulo vazio.
- Suas aparições post-mortem.
- A origem da crença dos discípulos em sua ressurreição.
Agora, vamos analisar este primeiro ponto mais de perto. Eu quero
compartilhar quatro fatos que são largamente aceitos pelos historiadores
atualmente.
Fato #1: Após sua
crucificação Jesus foi sepultado por José de Arimatéia em uma tumba. Os
historiadores sustentam este fato baseando-se em evidencias como:
1. O sepultamento
de Jesus é atestado multiplamente por fontes primitivas independentes – Nós temos
quatro biografias de Jesus, por Mateus, Marcos, Lucas e João, que formam o Novo
Testamento juntamente com várias cartas do apóstolo Paulo. O relato do
sepultamento é uma parte do relato de Marcos sobre a história do sofrimento e
morte de Jesus. Trata-se de uma fonte muito próxima aos acontecimentos que
provavelmente é baseada no testemunho de um observador dos eventos e que, sobre
a qual, o comentarista Rudolf Pesch data para algum momento entre sete anos
após a crucificação. Além disso, Paulo cita uma fonte extremamente antiga para
o sepultamento de Jesus que a maioria dos estudiosos data para algum momento entre
cinco anos após a crucificação de Jesus. Testemunhos independentes sobre o
sepultamento de Jesus por José de Arimatéia são também fundamentados nas fontes
por trás de Mateus e Lucas e o evangelho de João, para não citar o evangelho
apócrifo de Pedro. Assim, nós temos pelo menos cinco notáveis fontes
independentes sobre o sepultamento de Jesus, algumas extremamente próximas ao
evento da crucificação.
2. Como um membro
do Sinédrio Judaico que condenou Jesus, José de Arimatéia provavelmente não é
uma invenção cristã – Existia uma hostilidade compreensível no início na igreja em
relação aos líderes judeus. Aos olhos dos cristãos, eles planejaram a
condenação judicial de Jesus. Assim, de acordo com o estudioso do Novo
Testamento Raymond Brown, o sepultamento de Jesus por José é “muito provável”,
uma vez que é “quase inexplicável” porque os cristãos inventariam uma história
sobre um membro do Sinédrio Judaico que fez um bem a Jesus1.
Por estas e outras razões, a maioria
dos críticos do Novo Testamento concordam que Jesus foi sepultado por José de
Arimatéia em uma tumba. De acordo com John A. T. Robinson da Cambridge
University, o sepultamento de Jesus em sua tumba é “um dos mais antigos e
melhor-atestados fatos sobre Jesus”2.
Fato #2: No domingo
após a crucificação, a tumba de Jesus foi encontrada vazia por um grupo de
seguidoras de Jesus. Entre as razões que levaram a maioria dos estudiosos a esta
conclusão estão:
1. A tumba vazia
também é atestada multiplamente por fontes antigas independentes – A fonte de
Marcos não terminou com o sepultamento, mas com a história da tumba vazia, que
está ligada à história do sepultamento verbal e gramaticalmente. Além disso,
Mateus e João contêm fontes independentes sobre a tumba vazia; esta história
também é mencionada nos sermões nos Atos dos Apóstolos (2.29; 13.36); e esta é
implícita por Paulo em sua primeira carta à igreja de Corinto (I Co. 15.4).
Assim, novamente nós temos múltiplas fontes antigas atestando o fato da tumba
vazia.
2. A tumba foi
descoberta vazia por mulheres – Na sociedade judaica patriarcal
o testemunho de mulheres não possuía consideração. De fato, o historiador judeu
Josefo disse que não era permitido às mulheres servirem como testemunhas em um
tribunal judaico. À luz deste fato, quão extraordinário é o fato de terem sido
mulheres quem descobriram a tumba vazia de Jesus. Qualquer invenção posterior
certamente colocaria discípulos homens como Pedro e João como descobridores da
tumba vazia. O fato de terem sido mulheres, mais do que homens, que descobriram
a tumba vazia, é melhor explicado pelo fato de que elas eram as principais
testemunhas para o fato da tumba vazia, e os escritores dos evangelhos
sinceramente relataram isto, para eles, a descoberta da tumba pelas mulheres
foi um fato incomodo e embaraçoso.
Eu poderia continuar, mas eu acho que
foi dito o suficiente para indicar porque, nas palavras de Jacob Kremer, um
especialista austríaco sobre a ressurreição, “a confiabilidade das narrativas
bíblicas em relação à tumba vazia é sustentada firme-mente pela grande maioria
dos exegetas”3.
Fato #3: Em
diferentes ocasiões e sobre várias circunstâncias diferentes indivíduos e
grupos de pessoas experimentaram aparências de Jesus ressuscitado da morte. Este é um fato
que é virtualmente reconhecido universalmente pelos estudiosos, pelas seguintes
razões:
1. A lista de Paulo
das testemunhas oculares das aparições do Jesus ressurreto garante que tais
aparições ocorreram – Paulo nos diz que Jesus apareceu para seu principal discípulo
Pedro, então para o grupo dos apóstolos conhecido como “os doze”; então depois
ele apareceu para um grupo de 500 discípulos de uma só vez, então para seu
irmão mais novo Tiago, que até então era aparentemente um descrente, então para
os discípulos. Finalmente, Paulo acrescenta, “ele apareceu também a mim”,
quando Paulo era ainda um perseguidor de cristãos (I Co 15.5-8). Dado o momento
no qual Paulo escreveu tais informações, bem como sua familiaridade com as
pessoas envolvidas, estas aparições não podem ser desconsideradas como simples
lendas.
2. Os relatos das
aparições nos evangelhos provêm múltiplas e independentes atestações das
aparições – Por exemplo, a aparição a Pedro é atestada por Lucas e Paulo; a
aparição aos “doze” é atestada por Lucas, João e Paulo; e a aparição para as
mulheres é atestada por Mateus e João. As narrativas das aparições alcançam
tantas fontes independentes que não se pode racionalmente negar que os
primeiros discípulos tiveram tais experiências. Assim, até mesmo o crítico
cético do Novo Testamento Gerd Lüdemann conclui, “Pode ser tomado como
historicamente certo que Pedro e os discípulos tiveram experiências após a
morte de Jesus nas quais Jesus apareceu a eles como Cristo ressurreto”4.
Finalmente,
Fato #4: Os
discípulos de repente e sinceramente começaram a acreditar que Jesus havia
ressuscitado dos mortos não obstante suas muitas predisposições para o
contrário. Pense na situação que os discípulos encararam após a crucificação
de Jesus:
1. Seu líder estava
morto – E as expectativas judaicas messiânicas não continham a idéia de
um Messias que, ao invés de triunfar sobre os inimigos de Israel, seria
vergonhosamente executado pelos seus inimigos como um criminoso.
2. Crenças judaicas
sobre o além-vida excluíam a possibilidade de qualquer pessoa ressuscitando da
morte para a glória e imortalidade antes da ressurreição geral da morte no fim
do mundo – Todavia, os discípulos repentinamente começaram a crer tão
fortemente que Deus ressuscitou Jesus de dentre os mortos que eles se
dispuseram a morrer pela verdade desta crença. Mas então surge a questão óbvia:
O que no mundo fez-los acreditar em algo tão antijudeu e estranho? Luke
Johnson, um estudioso do Novo Testamento na Emory
University, comenta, “Alguma espécie de experiência poderosa e transformativa é
necessária para gerar o tipo de movimento como o do cristianismo primitivo”5. E também N. T. Wright, um eminente estudioso britânico, conclui, “Esta
é a razão porque, como um historiador, eu não consigo explicar o surgimento do
cristianismo primitivo a não ser por Jesus ressuscitando, deixando uma tumba
vazia para trás”6.
Em resumo, existem quatro fatos que são
reconhecidos pela maioria dos estudiosos: o sepultamento de Jesus, a descoberta
do túmulo vazio, suas aparições post-mortem, e a origem da
crença dos discípulos em sua ressurreição.
Agora, em uma publicação mais antiga,
Dr. Ehrman expressou ceticismo sobre estes fatos. Ele insistiu que não podemos
afirmar esses fatos7. Por que não? Bem, ele apresentou duas razões:
Primeiro, ele diz, historiadores não dizem que um milagre provavelmente
ocorreu. Mas aqui ele estava obviamente confundindo a evidência para a
ressurreição com a melhor explicação para a evidência. A ressurreição de Jesus
é uma explicação miraculosa para a evidência existente. Mas a evidência em si
não é milagrosa. Nenhum destes quatro fatos é de alguma forma sobrenatural ou
inacessível para um historiador. Para prover uma analogia, você sabia que após
o assassinato de Abraham Lincoln, houve uma conspiração para roubar seu corpo
enquanto este estava sendo transportado por trem de volta a Illinois? Agora, os
historiadores obviamente vão querer saber se esta conspiração falhou ou não. O
corpo de Abraham Lincoln sumiu do trem? O corpo foi enterrado com sucesso em
uma tumba em Springfield? Seus assessores próximos, como o Secretário de Guerra
Stanton ou o Vice-Presidente Johnson, afirmaram ter visto aparições de Lincoln
após sua morte? Estas são questões que qualquer historiador pode investigar. E
o mesmo ocorre em relação aos quatro fatos sobre Jesus.
Mas Professor Ehrman tinha uma segunda razão que justificasse seu pensamento
de que historiadores não podem afirmar estes fatos: os relatos dos Evangelhos
destes eventos são irremediavelmente contraditórios. Mas o problema com esta
linha de argumentação é que ela assume três coisas: (i) que as inconsistências
são mais insolúveis do que simplesmente aparentam; (ii) que as inconsistências
negam a parte mais importante da narrativa mais do que em relação aos detalhes
secundários e periféricos; e (iii) que todas as narrativas possuem a mesma
confiabilidade histórica, desde que a presença de inconsistências numa fonte
posterior e menos confiável não diminui em nada a credibilidade de uma fonte
anterior e mais fidedigna. Na verdade, quando você olha para as supostas
inconsistências, o que você descobre é que a maioria delas – como nomes e
número de mulheres que visitaram a tumba – são simplesmente aparentes
inconsistências, não inconsistências reais. Além do mais, as alegadas
inconsistências encontram-se em detalhes secundários e circunstanciais da
história e não têm absolutamente nenhum efeito sobre os quatro fatos que eu
citei.
Assim, a maioria dos historiadores não
foi dissuadida por este tipo de objeção. E, na verdade, o Dr. Ehrman repensou
sua posição nestas questões. Não obstante as inconsistências em detalhes, ele
agora reconhece que nós temos “sólidas tradições”, não apenas para o
sepultamento de Jesus, mas também para a descoberta da tumba vazia pelas
mulheres e, portanto, ele diz, nós podemos concluir com “certa certeza” que
Jesus foi de fato sepultado pode José de Arimatéia em uma tumba e que três dias
depois a tumba foi encontrada vazia8.
Quando eu descobri que Professor Ehrman mudou de opinião em relação a
esta questão, minha admiração por sua honestidade cresceu. Pouquíssimos
estudiosos, uma vez que já se declararam em relação a um assunto, possuem
coragem para repensar sobre este assunto e admitir que estavam enganados. A
mudança do Dr. Ehrman em sua opinião sobre estas questões é testemunha, não
apenas para a força da evidência acerca destes quatro fatos, mas também para sua
determinação de seguir a evidência não importa aonde ela o conduza. O que isto
significa é que meu primeiro ponto não é uma questão de discordância no debate
desta noite. O debate vai se concentrar em relação à resposta de Dr. Ehrman
para meu segundo ponto, a saber:
(II) A melhor
explicação para estes fatos é que Jesus ressuscitou dentre os mortos.
Esta, obviamente, foi a explicação que as testemunhas oculares deram aos acontecimentos, e eu não consigo pensar em uma explicação melhor. A hipótese da ressurreição passa por todos os critérios para ser uma melhor explicação, como poder explanatório, escopo explicativo, plausibilidade, e os demais critérios. Claro, através da história várias explicações naturalistas alternativas para a ressurreição têm sido propostas, como a hipótese de Conspiração, a hipótese da Aparente Morte, a hipótese de Alucinação, etc. No julgamento dos estudiosos contemporâneos, entretanto, nenhuma destas hipóteses naturalistas proveu uma explicação para os fatos. Nem mesmo o Dr. Ehrman sustenta alguma destas explicações naturalistas para os fatos.
Então, podemos perguntar, por que Dr.
Ehrman não aceita a ressurreição como a melhor explicação? A resposta é
simples: a ressurreição é um milagre, e Dr. Ehrman recusa a possibilidade de se
estabelecer um milagre. Ele escreve, “Uma vez que historiadores podem
estabelecer apenas o que provavelmente aconteceu, e um milagre desta natureza
ser um evento altamente improvável, o historiador não pode dizer que a
ressurreição ocorreu”9. Este argumento contra a identificação de um
milagre é velho, já refutado no século XVIII por alguns eminentes estudiosos
como William Paley e George Campbell, e é rejeitado como falacioso por muitos
filósofos contemporâneos igualmente. Prometo dizer mais sobre isto depois; mas,
por agora, permitam-me dizer que na ausência de alguma explicação naturalista
para os fatos, a hesitação do Dr. Ehrman em abraçar a ressurreição de Jesus
como a melhor explicação é desnecessária. Dr. Ehrman estaria completamente
dentro de seus direitos racionais se ele abraçasse uma explicação miraculosa
como a ressurreição – como nós também estaríamos.
Concluindo, então, eu penso que existem boas evidencias históricas para
a ressurreição de Jesus. Especificamente, eu expus dois pontos para a discussão
desta noite:
(I) Existem quatro
fatos históricos que precisam ser explicados por alguma hipótese histórica
adequada: o sepultamento de Jesus, a descoberta de seu túmulo vazio, suas
aparições post-mortem, e a origem da crença dos discípulos em sua ressurreição;
e
(II) A melhor explicação para estes fatos é que Jesus ressuscitou dentre os mortos.
(II) A melhor explicação para estes fatos é que Jesus ressuscitou dentre os mortos.
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