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quarta-feira, 9 de setembro de 2015

Somos Seres Morais e não precisamos de Deus para dizer o que é certo ou errado!



          Quero iniciar está jornada com você meu caro amigo. Quero que imagine o progresso moral, do qual o próprio CS Lewis demonstra existir. Quero que compreenda a complexidade do ser humano e de suas necessidades. Quero que iniciei pensando nas bilhares de pessoas que vieram antes de nós e deixaram este legado para todos nós. Quero que imagine por um segundo a complexidade do cérebro humano e os diversos processos que nos permite ser o que somos e agir como agimos. Quero que entre neste mundo por um momento, para que assim possamos juntos compreender e ir além do que aquilo que colocam diante de nossos olhos.

Para iniciar nossa viagem, temos que compreender o que subjetivo e objetivo querem de fato quer dizer. De forma simples, algo subjetivo é como milhares de opiniões da qual seria impossível chegar a alguma conclusão de qual seria a opinião correta ou falsa. É daqui que surge a ideia de relativismo moral. Quando utilizamos a palavra 'objetivo' estamos dizendo que não importa o tempo que passe e não importa a opinião das pessoas, os deveres morais continuam o mesmo. Como por exemplo, a Lei de 'não matar'. É claro que a Lei, hoje tem diversas modificações e matar pode se tornar necessário dependendo das circunstâncias, porém falarei sobre isso mais a frente. 

Se a questão de subjetividade for baseada em opiniões e não em deveres morais, logicamente as pessoas com opiniões que oferecessem uma opinião baseada em fatos comprovados  possuem uma opinião confiável. Enquanto uma pessoa comum, tem uma opinião não confiável pois não se baseia em fato. Querendo ou não temos um padrão de como avaliar a opinião das pessoas e também se tal opinião é confiável ou não é confiável. 

Como podemos ser seres morais sem Deus?

          Essa pergunta está conosco a milênios. Naturalmente a pergunta é uma consequência direta da pergunta envolvendo a existência de Deus. Gosto de utilizar a versão de CS Lewis e de suas premissas para basearmos nossa defesa. CAso ainda não tenha lida, CLique Aqui para ler as falhas e erros de CS Lewis e William Lane Craig emr elação ao argumento moral.

Iremos começar trabalhando com questões de Sobrevivência, Reprodução e Qualidade de vida, juntamente com o cérebro humano e nos processos que geram a convicção, a certeza, o acreditar e o crer. Também iremos utilizar palavras como ‘objetos’ ao invés de coisas ou pessoas, carros, natureza e etc. Outro padrão muito importante que iremos abordar é a questão de adaptação ao ambiente e como nos conectamos a esses objetos ao nosso redor. Por fim, abordaremos a questão de nossa estrutura primária que é inconsciente, ou seja, está além do nosso alcance consciente, que influencia toda nossa vida e está conosco desde o momento em que nascemos até o momento em que deixamos de viver. Quem sabe assim respondemos a questão sobre a moralidade e se é provida ou não de Deus. 

Nossa estrutura primária

Este ponto pode ser um pouco complicado compreender, principalmente para os mais simples. Quando nascemos temos duas necessidades primárias:

1.    Evitar a dor.
2.   Se conectar com aquilo que traz prazer.

Quando somos bebês, somos motivados basicamente por essas duas necessidades primárias. Quando fazemos um ajuste fino em nossas emoções, chegamos a concluir que nossas emoções derivam do prazer e dor. Quando somos bebês, nos conectamos fortemente com aquilo que nos dá prazer e nos afastamos daquilo que traz a dor. Nossos familiares como o Pai e Mãe, mas principalmente a mãe, é o objeto que será direcionado maior necessidade. De forma geral é assim que funciona com frequência a disputa pela guarda no divórcio, as crianças na grande maioria dos casos ficam com a mãe e escolhem a mãe, por causa da conexão criada tanto dentro da barriga da mãe, quanto no decorrer da vida da criança. Os pais se tornam um porto seguro e necessário.

Conforme vamos nos desenvolvimento, criamos diversos vínculos com o mundo ao nosso redor, e nossas necessidades se expandem para amigos, vizinhos, familiares, para a cultura, para ideologias, para a espécie (em muitos casos) e em outros para a vida de forma geral. 

Este ponto é importante compreender para que entremos no próximo.

Nossa estrutura primária tem uma programação que podemos encontrar em qualquer ser humano (também pode ser encontradas em animais, como cachorros, leões, macacos e etc). São três necessidades que são providas da dor e do prazer e são:

1.                      Necessidade de sobreviver.
2.                      Necessidade de reproduzir.
3.                      Necessidade de ter uma melhor qualidade de vida ou manter a qualidade de vida existente.

Se você se perguntar o porque tem essa necessidade de sobreviver, de reproduzir e de melhorar sua vida, sem duvidas a nossa biologia está por trás disso, porém sem a dor e o prazer, tais necessidades não teriam sentido. Isso implica que, logo de inicio nossas necessidades de sobreviver, reproduzir, e de procurar uma melhor qualidade de vida, é uma obrigação. De fato, não é necessário utilizar Deus para explicar este ponto o que é óbvio.

Este ponto é importante compreender pois, assim como a dor e o prazer, a necessidade de sobreviver, de reproduzir e de qualidade de vida, jamais mudam. Em outras palavras, não importa o tempo, não importa o quanto duas culturas são distintas, essas necessidades através da dor e do prazer não mudam. A necessidade de sobreviver, reproduzir e procurar uma qualidade de vida da qual seja aceita como melhor para a cultura, também não mudam. 

Estes 3 pontos mencionados geram 4 formas de moralidade, que podemos encontrar em qualquer ser humano, em qualquer cultura e por fim em toda a espécie.

1.    Moralidade Individual .
2.     Moralidade  Ideológica.
3.     Moralidade Cultural.
4.     Moralidade da  Espécie.

Todos os dias somos influenciados a agir seguindo alguma delas. Todas elas são obrigatórias e não mudam com o passar do tempo. O que muda com o passar do tempo nessa base moral e de seu progresso, é como os indivíduos abordam a moralidade com o passar do tempo. Afinal de contas, mesmo que estes pontos da moralidade existam, a forma como abordamos eles, é bem diferente hoje de 5 mil anos atrás. Naturalmente, temos um progresso moral e o que é certo ou errado, vem sendo modificado com o passar do tempo. Essa modificação, gera heranças, dessas heranças somos capazes de dizer se uma moralidade é inferior ou superior. O que implica naturalmente em uma base moral, da qual deriva, obrigatoriamente dos pontos mencionados acima. Iremos explicar como o cérebro humano gera essa obrigação e transforma os deveres morais em subjetivos ou objetivos para cada individuo, para um grupo de pessoas, para a cultura e por fim para a espécie. Vai ser interessante, fique continue por aqui.

Este ponto é muito importante e muitos teístas podem se perder na explicação, por isso quero deixar o mais simples possível de entender.

Algo que pouca gente sabe é que nascemos narcisistas (TUDO eu, eu, eu, eu e eu). Não nascemos dividindo nossas coisas e principalmente queremos sempre saciar nossas necessidades, independente se é ou não, um momento propício ou adequado. Não nos importamos se é ceto ou errado, queremos ser saciados. Isso é importante compreender pois, é uma das principais objeções contra Deus como o responsável pela moralidade. Como um bebê pode saber que é certo saciar suas necessidades e negar as necessidades de outras pessoas? Se os deveres morais são providos de Deus, cada ser humano não deveria nascer sabendo o que é certo ou errado, ao invés de saber o que é certo ou errado com o passar do tempo? Se com o passar do tempo adquirimos e sabemos o que é certo ou errado, Deus não é necessário para explicar a moralidade, então porque muitas pessoas utilizam Deus como responsável pela moralidade?

 Essas perguntas são interessantes e raramente temos uma resposta adequada e confiável da ala teísta. Este é o ponto importante no qual a Adaptação ao ambiente é importante. Qualquer pessoa que passe a vida sozinho, se adaptará de uma determinada forma ao ambiente, assim como uma pessoa que vive com família e familiares também se adaptará de outra forma. A razão dessa adaptação é que nosso cérebro possuí diversos processos que nos permite coletar a informação do ambiente, processa-la, programar na estrutura primária e com o passar do tempo, essa linha de programação se tornará uma necessidade.

Desta forma vamos deixando de ter características narcisistas e passamos a viver em sociedade. Agora que a coisa começa a ficar interessante. Sabemos que mesmo que o ser humano tenha estado em diferentes lugares e muitos desses lugares até hoje não possuem qualquer conexão com outros seres humanos, porém todos eles possuem uma mesma estrutura primária, um mesmo cérebro, mesmas emoções, utilizam uma linguagem corporal de forma parecida em todas as regiões com exceções de alguns lugares que trocam alguma coisa aqui e ali, como por exemplo, no brasil dar as mãos é um sinal de acordo ou de afinidade. Em outros lugares, baixar a cabeça representa o mesmo. Sabendo disso e compreendendo como o cérebro se adapta ao ambiente, não podemos afirmar que esses processos cerebrais necessitem de Deus. Afinal de contas, a própria ciência tem demonstrado que o cérebro humano funciona muito bem sem qualquer interferência sobrenatural. 

Agora vai começar a ficar interessante. Vamos voltar aos quatro pontos do qual se baseiam a moralidade.

No ponto (1), é a moralidade (o que é certo e errado) de forma individual, é inata a cada ser humano. Isso implica que cada um de nós, baseado em nossa cultura, conhecimento, adaptação, familiares, amigos, crenças, background, entre outros, determinará o que é certo e errado para cada um de nós. Neste ponto, é aonde encontramos a grande briga moral que dura tanto tempo. Se a moralidade é subjetiva então podemos observar que os teístas em uma questão individual estão certos, pois cada ser humano ter sua própria moralidade. Cada ser humano tem aquilo que ele acha certo e errado, mesmo que aquilo que ele ache certo e errado, seja o oposto para outro ser humano. 

Neste sentido, é impossível condenar por exemplo um estuprador por fazer algo errado, já que a moralidade seria baseada em  opiniões pessoais. Neste caso não existiria uma bússola que guiasse o ser humano para compreender o que é certo ou errado. Quanto um teísta, principalmente os mais simples avaliam a moralidade, é justamente na questão individual que eles ficam pregados, ou seja, não conseguem ver além. Esse é o limite deles. Por isso alguns deles dizem que sem Deus eles não saberiam o que é certo ou errado e por causa disso seriam pessoas más e fariam o mal. Quando se ignora os outros três pontos necessários para a moralidade, podemos compreender o quão errados eles estão. Isso porque a moralidade não se baseia somente em uma necessidade individual. Concordo que muitas pessoas tem o valor individual superior aos valores ideológicos, culturais ou voltados para toda a espécie. Isso implica que mesmo que algo seja errado, alguém poderia muito bem desobedecer tal ordenança e fazer algo para o bem próprio, como estuprar ou fazer a maldade. 

Lembra que lá em cima falei sobre um dos diversos processos cerebrais  e um deles se chama adaptação ao ambiente? Tem outro processo cerebral tão importante quanto esse. Lembra que falei que nos conectamos aos nossos pais desde pequenos e com o passar do tempo, nossos pais se tornam objetos necessários? Porque nossos pais são mais necessários que nossos amigos? Porque a vida de nossos pais é mais importante que a vida de um desconhecido? Essas perguntas podem nos ajudar a responder a questão do porque algumas pessoas preferem o orgulho, visando o bem para si mesmas e ignora o bem para outras pessoas. Em outras palavras, o mal feito a outras pessoas, é visto e sentido como correto para aquele que busca saciar suas necessidades individuais. 

É aqui aonde os teístas não conseguem explicar utilizando a moralidade provida de Deus. Isso porque não é deus que gera a conexão com nossos pais, mas sim diversos processos cerebrais juntamente com o sistema límbico (responsável pelas emoções) nos conecta desde bebês aos objetos mais próximos a nós. Essa é a razão de nossa casa ser aceita como o lugar que queremos estar. Essa é a razão de nos conectarmos mais aos nossos pais do que a estranhos. Esses processos também geram a conexão com algum dever moral. Como dissemos lá em cima, conforme a criança vai se adaptando a seu ambiente, ela vai se conectando a este ambiente. O que implica que, também vai se conectando aos deveres morais e obrigações impostas pelo ambiente. Desta forma a questão individual perde a força e a necessidade de saciar as necessidades do grupo, da cultura ou da espécie, tem maior peso. Assim deixamos de ser narcisistas e passamos a equilibrar nossas necessidades individuais com as necessidades individuais de outras pessoas. Assim vamos equilibrando as necessidades entre o que é certo e errado. Perceba que não é necessário Deus para explicar algo tão simples de compreender.

Quando falamos da moralidade de um ponto de vista individual, se tivéssemos que escolher entre matar nossos pais ou matar um total desconhecido, teríamos preferência por matar o desconhecido. Como os teístas explicariam isso? Segundo as Leis divinas, matar qualquer pessoa que seja tem o mesmo valor, porém quando avaliamos o ser humano percebemos uma contradição no que é dito nas Leis divinas, ou seja, se tivéssemos que escolher, não seguiríamos o que a Lei de Deus diz, mas o que sentimos em relação a esses dois objetos mencionados. Se a moralidade é provida de Deus, não seriamos capazes de escolher se nossos pais devem morrer ou se um total desconhecido deve morrer. De fato, matar nossos pais ou um desconhecido deveria ter o mesmo valor sempre. Isso implica que para que sejamos capazes de escolher matar um estranho, é necessário que a conexão que temos com este estranho seja inferior a conexão que temos com nossos pais.

CS Lewis diz que se uma pessoa gritasse por socorro, teremos duas escolhas, porém o que decide se será uma ou outra escolha, dependerá das necessidades de cada individuo, o que implica que ajudar ou fugir, será diferente de cada pessoa. Em outras palavras, algumas pessoas vão fugir e outras vão tentar ajudar. Recentemente um homem na Sé, reagiu a um assalto e salvou uma mulher. Porém o mesmo morreu. Diversas pessoas próximas estavam filmando, cerca de 100 pessoas. Destas 100 pessoas apenas uma teve coragem de colocar a vida em risco e as outras preferiram ficar de longe vendo o que iria acontecer. Se essa forma de decidir entre o que é certo ou errado fosse provida de Deus, logicamente todas as pessoas iriam preferir ajudar a salvar a pessoa, arriscando a própria vida, ao invés de seguirem o instinto de preservação. Ou seja, temos que a conexão através de diversos processos cerebrais, julgará se é correto ou não arriscar a própria vida para salvar outra. 

Além do mais, vale lembrar que a ciência já descobriu que certas pessoas são mais empáticas que outras. O que implica que, certas pessoas terão uma necessidade maior em ajudar o próximo e outras terão essa mesma necessidade em menor valor de importância. Algumas vão fugir do perigo e outras vão oferecer ajuda. Essas necessidades diferem de pessoa para pessoa e não dependem de Deus.

Quando avaliamos o ser humano, compreendemos como o mesmo se conecta aos objetos e assim podemos afirmar que a forma como um objeto é mais importante que o outro, através de nossas conexões, então saberemos de fato que nossos pais valem muito mais que um estranho. De tal forma que se tivéssemos que escolher resolver o mesmo problema 100 vezes, escolheríamos que nossos pais vivessem nas 100 vezes. A moralidade para existir necessita das conexões feitas as Regras e Leis de nosso ambiente, por herança ou não, através de diversos processos cerebrais e não de Deus. 

Quero que pare por um minuto e compreenda que está forma de conexão ao ambiente, não acontece somente com os pais. Nossos amigos, nossos familiares são bem mais importantes que um estranho. E o mais interessante de tudo isso é que, uma pessoa que odiamos e que não queremos por perto, tem menor valor do que um total estranho. Isso quer dizer que se tivéssemos que matar um estranho ou alguém que odiamos, iriamos escolher quem odiamos todas as vezes que tivéssemos que escolher. Isso porque alguém que odiamos nos traz raiva, desgosto, ou seja, traz as consequências da da dor, o que implica que se eliminarmos aquilo que nos traz a dor, teremos prazer. Em si, isso ajuda a explicar o porque muitas pessoas podem se tornar violenta contra alguém que comete um crime. Assim como acontece com estupradores quando são pegos pela população. Em muitos casos essa necessidade também estará errada, como aconteceu recentemente em uma mulher que foi morta pela população, pois essas pessoas foram influenciadas a acreditar que está mulher matava crianças para sacrificar ao diabo. Tudo começou com uma mentira no Facebook, que levou a morte desta pessoa.

Podemos perceber que a forma com a qual nos conectamos as pessoas ao nosso redor, influencia em quem terá maior valor e quem terá menor valor. Não apenas isso. Nos conectamos também a propriedades, o que nos permite saber que nossa casa tem maior valor que outra casa. Nos conectamos a nossa cultura, o que nos leva a aceitar nossa cultura como melhor que qualquer outra cultura, mesmo que não seja. O mais intrigante é que, passamos a aceitar as Leis e Regras da cultura como verdadeiras, não pelo fato de serem verdadeiras, mas pelo fato de como nosso cérebro gera a convicção que torna essas Leis e Regras verdadeiras.

Compreendendo que cada ser humano vive em culturas diferentes, em países diferentes, porém possuem a mesma estrutura primária baseada tanto na dor e no prazer, tanto na sobrevivência, reprodução quanto na qualidade de vida, e utilizando o que abordamos até agora, cada pessoa tem seu mundo de regras baseado em seu mundo particular de onde viveu ou nasceu.

Essa é a parte que os teístas menos gostam. Obrigatoriamente pelas necessidades de adaptação ao ambiente da qual gerou diferentes culturas, logicamente Leis e Regras, seriam diferentes e ao mesmo tempo parecida. É aqui que se encontra o ‘X’ da questão. William Lane Craig diz em seu Argumento dos deveres Morais que pelo fato de em diferentes culturas e países existirem deveres morais inatos, ou sejam que não mudam, esses deveres morais devem ser providos de um denominador em comum. A conclusão lógica de Craig foi que esse denominador em comum é Deus.

Aqui temos um enorme problema:

1.                      Sabemos que a estrutura que todos nós temos, não necessita de Deus, isso porque nossa estrutura é programada (melhor palavra que encontrei para descrever) é baseada na necessidade de viver. Nosso cérebro por exemplo, não entende o que é morrer.

2.                      Com este problema, surge outro enorme problema. Isso implica que os teístas não podem dizer que a moralidade é provida de Deus, porém o que podem afirmar é que está estrutura primária é programada desta forma porque Deus assim o quis. Ou seja, Deus criou, mas se ausenta dela, o que permite o livre arbítrio.

Compreenda que se a moralidade é provida de Deus não precisaríamos de uma estrutura primária, não precisaríamos do sistema límbico, e muito menos nasceríamos narcisistas. O que isso quer dizer Gabriel? Quer dizer que nasceríamos sabendo o que é certo e errado, ao invés de aprendermos o que é certo ou errado. Pelo fato de nascermos narcisistas, não nascemos sabendo o que é certo ou errado. Conforme nossa adaptação ao mundo e a nossa cultura, compreenderemos as regras e Leis impostas em nossa cultura da qual herdamos de nossos antepassados e foram melhorando com o passar do tempo em direção a melhorar qualidade de vida, a reprodução da espécie e a sobrevivência da espécie.

Isso implica que é impossível Deus ser o responsável pela moralidade. Para acrescentar nosso ponto aqui:

1.                      Nascemos narcisistas, ou seja, se Deus fosse o responsável pela moralidade, nasceríamos sabendo o que é certo e errado e teríamos um desenvolvimento muito mais rápido, o que podemos compreender que não existe. Ao nascermos narcisistas o que é certo ou errado,são nossas necessidades mais básicas e não está direcionado para as pessoas e objetos ao nosso redor. Além do mais, se nascêssemos sabendo o que é certo e errado, nasceríamos sabendo o que é roubar, o que é matar, o que é estuprar, porém isso não acontece. De fato, a necessidade de reproduzir somente aparece depois de um tempo, e não nas fases iniciais da vida.

2.                      Como nos conectamos aos objetos ao nosso redor, nos conectamos com a nossa cultura e com as Leis e regras da mesma. Conforme vamos crescendo desde bebês até a fase adulta, vamos conhecendo cada vez mais sobre Leis e regras, e vamos nos adequando de forma adequada a essas Leis e Regras. O que implica novamente que, se nascêssemos sabendo o que é certo ou errado, ou seja, se os deveres morais fossem providos de Deus, saberíamos o que é roubar, matar, entre outros, o que implicaria em um QI superior ao que estamos acostumados a ver.

Esses são os problemas mais simples que acontece quando um teísta diz que a moralidade é provida de Deus. Ao analisarmos o mundo ao nosso redor, e principalmente como os animais e os seres humanos se conectam a cultura, ao ambiente e aos objetos ao seu redor, demonstra que a moralidade é criada a partir de nossas necessidades mais básicas.

O teísta é obrigado, logicamente, a abandonar a ideia de que sem Deus é impossível saber o que é certo ou errado. Como vimos, o que é de fato impossível é Deus ser o responsável pela moralidade. O que os teístas podem tentar afirmar é que Deus é o responsável por programar nossa estrutura primária, da qual gerou a moralidade como é. De qualquer forma não tem como ligar Deus e a moralidade.

Bem, agora que chegamos a esse ponto, vamos sair da questão moral individual e vamos começar a torna-la ainda mais complexa.

No segundo ponto da moralidade envolve questões ideológicas. Separei a questão ideológica da cultural, pois em uma cultura existem diferentes ideologias. É claro que se formos analisar pequenos grupos como tribos indígenas, iremos encontrar uma única ideologia impregnada na cultura. Porém em grandes grupos, como países então naturalmente diversas ideologias existem. O que implica que dentro dessa cultura existe uma mistura de ideologias. O intrigante é que os processos cerebrais são os mesmos para cada individuo dentro da cultura, desta forma o cérebro permite que cada individuo acredita em uma ideologia como se fosse verdadeira. Desta forma, se em uma cultura existir mais de uma ideologia da qual os indivíduos acreditem em Deus, o cérebro de cada individuo se adaptará a essa crença e torna-la-a em verdadeira de forma individual. Como explicamos lá em cima sobre como nosso cérebro se adapta e gera tais crenças.

O Cérebro em si não é feito para acreditar, porém existem diversos processos dos quais em eles seria impossível acreditar em algo. O processo cerebral é verdadeiro e gera a crença, a convicção e a certeza, porém o cérebro não faz diferença se algo é certo ou errado, se é racional ou não, se tem evidencias ou não. A forma como nosso cérebro se conecta está na compreensão da razão, porém o intuito é gerar conexões.

De forma simples, uma ideologia provêm de uma ideia. Isso implica que toda ideologia, não importa qual seja, veio a existência a partir do momento em que um ser humano resolveu cria-la. Como vivemos em diferentes partes do mundo e nos adaptamos ao ambiente de formas diferentes, naturalmente o ser humano foi capaz de criar diferentes ideologias ao redor do mundo conforme a necessidades de cada local.

Cada ideologia tem suas regras e Leis das quais devem ser obedecidas e seguidas. O intrigante é que, quando a pessoa tem sua questão moral individual em contraste com alguma ideologia, o individuo se afasta desta ideologia e procura outra que se adeque melhor aquilo em que acredita. Ou seja, com seus valores pessoais. Essa é a razão do porque muitos ateus se tornam teísta e do porque muitos teístas ou se tornam ateus, ou trocam de ideologia. Nosso cérebro também tem a capacidade de reestruturar e reescrever certas linhas de programação em nosso inconsciente do qual permite que sejamos capazes de nos adequar a outra realidade. 

Ideologias são objetos para nosso cérebro ao qual o mesmo irá se conectar e gerar a convicção de que a ideologia seguida é verdadeira, mesmo que não seja. A partir do momento que a ideologia se torna uma verdade pessoal e necessária, assim como nossos pais são necessários, a pessoa negará qualquer outra ideologia. Por causa dessa conexão para o individuo será certo seguir a ideologia e errado não seguir está ideologia. O mesmo irá negar todas as outras ideologias e irá aceitar sua ideologia como única e verdadeira. Uma ideologia acima de todas as outras, pelo simples fato dos processos existentes em nosso cérebro gerar essa conexão. Essa conexão que gerará a certeza, da qual aceitará tudo o que a ideologia diz e prega como verdadeiro. O cérebro irá reestruturar o sistema moral individual para que siga as regras e Leis impostas pela ideologia. 

Existe um outro processo em nosso cérebro ao qual modifica completamente nossas vidas. Esse processo se chama ‘Sentido de Vida’. Essa é a crença mais poderosa que temos, e está até mesmo acima de nossos pais, amigos, familiares e filhos. Em outras palavras, em muitos casos morrer por aquilo que nos trás sentido de vida é algo de se ter orgulho. Morrer em nome de Deus, morrer pela pátria, morrer lutando contra a tirania, entre outras. Os processos cerebrais que geram o sentido existencial, cria essa conexão com um determinado objeto acima de todos, do qual se os processos tomarem outra direção, nos sentiremos vazios até que este processo encontre outro objeto a qual possa direcionar o sentido de vida. Não tem nada de errado com a pessoa, mesmo que ela se sinta vazia. Isso faz parte da manutenção até que os processos cerebrais tenham sido direcionados para um novo objeto, então a pessoa voltará ao normal como antes. 

Cada pessoa neste planeta tem esse processo. Esse processo é o responsável pela necessidade existencial. Uma vez que o sentido de vida está direcionado para um determinado objeto, como ateísmo, teísmo, agnosticismo, isso muda completamente nossas vidas. Vamos supor que esteja voltada para o teísmo, dentro da categoria do Cristianismo. Se o sentido de vida está voltado para o Cristianismo, então para a pessoa tudo o que envolve o Cristianismo é bom e certo. A pessoa irá ouvir músicas da religião e ignorará qualquer outra música que não se adeque aos requisitos pedidos pela ideologia cristã. Se envolverá com pessoas da mesma religião e negará qualquer outra. Ignorará os erros e falhas dentro daquilo que acredita, por causa da forma como se conecta ao que acredita. Em si o processo de Sentido de vida, muda completamente a forma como nos alimentamos, muda a forma como nos envolvemos com as pessoas e o mais interessante, o processo de sentido de vida gera prazer e satisfação em tudo aquilo que está direcionado ou tem ligação com o que se é acreditado. Isso acontece com o ateísmo, com o teísmo e com o agnosticismo. Se acontece com todos, é um processo natural, adaptável e o melhor, não depende de Deus.


Se o sentido de vida estiver voltado para o ateísmo, logicamente o oposto acontece.

Compreendemos então que o processo de sentido de vida não muda, e se adequada conforma a necessidade de cada individuo. Além do mais, para algumas pessoas o sentido de vida pode mudar com o passar do tempo e das necessidades, o que implica que um teísta pode se tornar ateu e um ateu pode se tornar teísta.

 Implicações obrigatórias que acontecem quando o sentido de vida está direcionado para alguma ideologia:

Ø     Dará a certeza ao individuo que aquilo que o mesmo acredita é verdadeiro e existe. Isso é para você caro leitor, ter uma ideia de como nosso cérebro e poderoso ao ponto de nos fazer acreditar e dar a certeza de que aquilo que acreditamos é verdadeiro. Este é o poder dos processos cerebrais.

Ø     Gerará a convicção a qual declarará que aquilo que acreditamos é verdadeiro e está acima de todas as outras crenças e ideologias.

Ø     Gerará o medo da perda, ou seja, ao imaginarmos perder aquilo em que acreditamos, nos sentiremos mal, e iremos evitar a dor (lembra do que falamos lá em cima sobre a dor e o prazer¿ olha ela aqui outra vez), ou seja, iremos evitar as pessoas e coisas que nos afastem daquilo que acreditamos.

Ø     Teremos a necessidade de recompensa, ou seja, toda vez que formos atrás daquilo que acreditamos ser verdadeiro, isso gerará o prazer. Nos sentiremos bem, confiantes, felizes, alegres e satisfeitos com aquilo em que acreditamos.

Ø     Não iremos ligar muito se aquilo que acreditamos faz mal a alguém, o que importa é o que sentimos.

Ø     Iremos defender o que acreditamos, em muitos casos se precisar, até sairemos no soco.

Basicamente, neste ponto, ainda não existe uma maturidade e mentalidade ideal que obrigue o individuo a ver a importância que a espécie ou a cultura tem. Para ele aquilo que acredita é o melhor para a espécie e segundo o que acredita também é o melhor para toda a nação.  Neste segundo ponto sobre moralidade, o que de fato importa é a ideologia e conexão individual com a ideologia. É aqui que surge o argumento pessoal, o qual nada mais é do que um processo cerebral. Ou seja, os processos de conexão com determinado objeto. É isso que faz Crianças acreditarem em Papai noel e faz adultos acreditarem em Deus. Nosso cérebro gera a conexão com o objeto e automaticamente acreditaremos que este objeto é verdadeiro e existe. Essa é o poder do cérebro que é capaz de fazer isso, sem você nem mesmo perceber.

Neste ponto, temos uma ideia um pouco melhor de como a moralidade passa de uma posição individual para uma moralidade baseada em ideias, ou seja, o individuo se adapta a Ideia e aceita o que a ideia propõe como verdade. Assim o mesmo sacia suas necessidades biológicas e psicológicas, assim como emocionais, e ainda se conecta com algum objeto gerando um novo sentido de vida, superior ao antigo (o de criança, como a crença em duendes, papai noel, para uma crença superior como a crença em Deus - O que muda são as razões que levam a crença). Vale lembrar que agora o individuo tem um conhecimento maior, um background baseado nas descobertas e na evolução e herança do ser humano. Isso implica que agora ele é capaz de diferenciar a crença em papai noel da crença em deus. Como dissemos, a crença continua a mesma, o que muda são as razões que leva o individuo a crença e os objetos de crença.

Neste ponto, existem os apelos pessoais, dizendo que aquilo que é pessoal é a prova da existência de Deus, quando de fato é a prova da existência dos processos cerebrais e da estrutura primária, que é capaz de gerar toda a convicção e tudo aquilo que se passa com o individuo baseado naquilo em que o mesmo acredita. Como já dissemos e vamos enfatizar, nosso cérebro se adapta ao ambiente, não importa qual ambiente seja. Isso quer dizer que se a pessoa se adaptar ao teísmo, então o cérebro irá gerar o que é necessário para o individuo sentir como se fosse real a experiência a qual está experimento no teísmo. Porém nada mais é do que diversos processos cerebrais funcionando gerando a convicção necessária para que o individuo acredita que a ideologia que segue é verdadeira.

Pessoas com uma mentalidade e maturidade acima de ideal, são capazes de compreender este ponto adequadamente. Pessoas mais simples, com um conhecimento não tão bom é incapaz de compreender este ponto adequadamente, pois ainda tem dificuldades em compreender como o cérebro gera a convicção a qual faz o mesmo acreditar fielmente que está certo, mesmo que seja óbvio que não esteja.

Moralidade baseada na cultura

Vimos como a moralidade muda de individual para ideológica. Agora iremos ver mais um ponto interessante, porém este é rápido. A razão de ser rápido explicar este ponto é que toda cultura é uma ideologia. É baseada em uma ideia da qual herdamos de nossos antepassados. Quando avaliamos um país que é baseado em uma determinada cultura, podemos observar como a cultura interfere e dita o que é certo e errado. Neste ponto, as pessoas que estão debaixo desta ordem, se adaptaram a ela e seguirem o que é aceito como moralmente correto para eles. 

A diferença entre a ideologia e a cultura, é que todas as pessoas dentro deste país serão obrigados a aceitar como verdadeiras as Leis e Regras providas dessa cultura, mesmo que não gostem. Como sabemos que cada cultura é diferente e que todos os seres humanos possuem a mesma estrutura primária, logicamente temos diversas deveres morais parecidos e outros bem diferentes. O que é de se esperar como falamos mais acima sobre a biologia, os processos cerebrais, questões psicológicas e assim por diante. Em algumas culturas, é correto matar alguém ou humilhar alguém pelo simples fato de não seguir a cultura da região. Em outras culturas isso é totalmente incorreto. 

Entendemos 'matar outras pessoas' como errado tanto por nossa estrutura, quanto por nossas necessidades e pelo nosso ambiente. Porém se nascêssemos em uma cultura da qual aceita como normal e correto matar outras pessoas, então nosso cérebro iria se adaptar ao ambiente, e programar a ideia por trás da cultura em nossas mentes. E assim como eles, também seriamos capazes de matar outras pessoas e sentir que isso é o correto a ser feito, porque assim nossa convicção diz. Porém em muitos casos mesmo com a convicção de que matar é correto, muitas pessoas não o fazem. 

O interessante é que podemos saber e dizer que uma ideologia é inferior moralmente a outra, já que a moralidade é baseada no ser humano e não provida de Deus. Se a moralidade é provida de deus, então é impossível demonstrar que um determinada ideologia é inferior a outra e impossível de saber qual a certa, já que todas diriam acreditar em algum Deus. Lembre-se, os argumentos para a existência de Deus, são argumentos baseados na ignorância. Eles necessitam do que não podem explicar ou do que falta explicar ou conhecer para que Deus possa existir. Deus não existe em outro lugar, a não ser ignorância, no mistério, nas necessidades pessoais e na necessidade de existência de cada individuo que acredita em Deus.


Lembra das opiniões que falamos lá em cima quando abordamos a questão da moralidade individual?A mesma questão se repete agora. Para saber se uma ideologia é moralmente melhor que outra ideologia, devemos avaliar a estrutura primária e ver como a ideologia diz sobre ela:

Ø     Sobrevivência:  é baseada exclusivamente na ideologia e ignorando completamente a espécie. O que também pode ser descrito como orgulho, ou seja, a necessidade de eliminar a concorrência para que tenha o total monopólio por questões individuais e ideológicas. O que acontece com alguns animais que matam os filhotes machos, para que esses não venham a lutar pela liderança do grupo um dia. Ou seja, mesmo que não seja bom para toda a espécie, é bom para o líder. Logo, nada de altruísmo.

Ø     Reprodução: existem diversas necessidades providas da reprodução. Nós seres humanos, temos  a tendência de nos envolver somente com uma fêmea, para gerar nossas crias (mesmo que muitos façam o oposto). A necessidade da ideologia é procriar com pessoas da mesma ideologia, pois consideram pessoas de outras ideologias não merecedoras (julgo desigual). O interessante é que fazem isso pelo bem da ideologia e do grupo que segue a ideologia, não para o bem da espécie.

Ø     Qualidade de vida: a qualidade de vida é baseada em um padrão estipulado pela ideia que surgiu de diversos homens e que hoje milhares de pessoas herdam. Em ideologias, a qualidade de vida ideal é proposta pelo que a ideia prega e impõe, e não é baseada em níveis ideais de maturidade, mentalidade e adaptação.

Questão da maturidade, mentalidade e adaptação

Como parte final da cultura, assim que o ser humano atinge um nível ideal de maturidade, mentalidade  e adaptação, o mesmo tem uma compreensão maior das necessidades das pessoas e passa a se preocupar e respeitar mais as pessoas. Enquanto muitas pessoas possuem um nível falho de maturidade, mentalidade e adaptação, possuem dificuldade em aceitar a espécie. Em outras palavras, para que a pessoa saia de sua mentalidade e maturidade inferior proposta pela ideologia ou cultura, a mesma tem que dar maior valor a espécie, sem perder suas características individuais, ideológicas e culturais.

Está é a mudança mais complexa e difícil de se fazer, e poucas pessoas alcançam, porém o mundo está mudando e mais e mais pessoas são capazes de alcançar esse nível de maturidade, mentalidade e adaptação ideal.

Moralidade baseada no bem da espécie

Uma vez que se atinge este ponto de moralidade tudo muda. A percepção do individuo é outra, sue experiência e necessidades são outras. Seu cérebro tende a estar totalmente desenvolvido e o individuo compreende o porque ideologias tendem a serem algo falho para manter o ser humano em um determinado caminho.

Este ponto é o qual a questão moral individual, ideológica e cultura estão em equilíbrio e não ultrapassam as necessidades voltadas para toda a espécie.

Pessoas que visam o bem da espécie, tendem a respeitar as regras e Leis impostas para o bem de toda espécie, mesmo com questões morais complicadas e complexas.

Por exemplo: você permite que um homem bomba mate 100 pessoas ou você irá impedir que o homem bomba mate 100 pessoas? Quanto se atinge este nível de mentalidade e maturidade, a escolha é óbvia, uma vida tem menos valor que a vida de toda a espécie. Porém, quando falamos de questões envolvendo a individualidade  e o bem de toda a espécie nem sempre segue-se o caminho esperado. Isso implica que por exemplo, por mais que seja errado roubar, algumas pessoas tendo a oportunidade e sabendo que não serão descobertas acabam roubando. Porém quando sabem que serão descobertas, ou possuem uma posição contra o roubo ao qual obriga o individuo a não roubar, ou a pessoa se encontra em meio a dezenas de outras pessoas, então a pessoa não rouba.

Compreendemos que neste caso podemos observar como nos sentimentos. Quando o individuo sabe que não será descoberto, então terá uma luta dentro de si mesmo, entre a recompensa de ter algo e o medo de ser pego e ser uma pessoa ruim por ter roubado. No final, a decisão de cada individuo mesmo que esteja no nível de bem para a espécie pode variar entre não roubar e roubar, independente do que aconteça com a espécie.

Novamente temos uma explicação bem simples compreensível de como nosso cérebro, nossas necessidades e a forma como nos adaptamos ao nosso ambiente, influencia em como iremos agir. Como todos os seres humanos possuem a necessidade de sobreviver, hoje em dia não é mais necessário sair matando as pessoas para sobreviver, mesmo que algumas pessoas façam isso.

Porque os deveres morais são objetivos?

Porque são inatos ao ser humano e está na estrutura de cada ser humano. É errado matar na maioria dos países, pelo fato de nos impedir a viver, de reproduzir e principalmente pelo fato de gera a dor. A própria ciência já descobriu que o ser humano, não é um ser violento e para o mesmo praticar a violência deve ser justificada. Porém fazer o bem não precisa de justificativas. Como o ser humano, por essência e por necessidade não é mal - ao menos a grande maioria dos seres humano - o mesmo tende a ter empatia por outros seres humanos, ao qual pode ser menor dependendo da ideologia, ambiente e cultura a qual o individuo pertença. O que leva a habilidade de se colocar no lugar de outra pessoa. Por mais que muitas pessoas comparem os seres humanos a animais como leões e lobos, o ser humano é muito mais parecido com búfalos, elefantes e zebras. 

O dever moral de não matar, existe por causa de nossa necessidade de sobreviver. Porém este dever pode ser modificado segundo a necessidade de cada ser humano. Por exemplo, o semáforo que pegamos em cidades, é uma necessidade, que se tornou obrigatória e naturalmente se tornou Lei. O mesmo acontece em questões de sobrevivência, das quais se tornaram obrigatórias. Essa é a razão do porque não aceitamos matar outras pessoas como algo certo a se fazer. Não evitamos matar pessoas apenas por isso, mas também pelas consequências e pelos inibidores. Como dissemos o ser humano em si não é mal e muito menos totalmente bondoso. Por exemplo, por mais que não aceitemos a violência, porém temos prazer de assistir a uma Luta de MMA, assim como também podemos agredir alguém e nos sentir bem se a pessoa fez algo muito ruim contra nós, ou contra pessoas que façam parte de nosso grupo. Como por exemplo, espancar um estuprador por ter estuprado uma criança. 

Mas porque? Como explicamos isso?

Você se lembra, lá atrás quando expliquei que tendemos a nos conectar com nosso ambiente e por causa disso, certas pessoas, ideologias, e culturas se tornam mais importantes que outras? Você se lembra que também disse que em diferentes locais e regiões de nosso planeta, diversas culturas e ideologias foram criadas, da qual a maioria não são tão radicais quando as que matam outras pessoas?

A razão das pessoas excluírem as pessoas que não fazem parte da ideologia ou cultura, é o fato de que tudo que está dentro da ideologia ou cultura, é visto como algo positivo e recompensador. O cérebro se conecta de tal forma com a ideologia ou cultura, que o individuo somente consegue vê-la como verdadeira. Tudo que é de fora, ou seja, tudo aquilo que não pertence ou faz parte da ideologia ou cultura, é visto como negativo, como não ideal. Quem está fora da ideologia, não faz parte da mesma e logicamente, estão contra aquilo que a ideologia prega. O que é bem interessante e demonstra o nível de maturidade, mentalidade e adaptação ao ambiente proposta tanto pelo individuo quanto pela ideologia. Essa é uma das formas de sabemos se uma determinada ideologia é melhor que  outra. 

Então por exemplo, se a cultura ou ideologia diz que matar pessoas que não seguem a ideologia ou cultura é algo bom, as pessoas vão tomar isso como moralmente correto, e vão matar pessoas de outras culturas e ideologias (Assim como foi feito pelo povo de Israel no Antigo Testamento na Bíblia). A parte mais intrigante é que pelo fato da morte ter sido justificada, ou seja, o sistema de recompensa é ativado para que o individuo faça isso mesmo que não goste, isso implica que nosso cérebro ao gerar um convicção tão profunda pode fazer as pessoas cometerem atos nada agradáveis e ao mesmo tempo acreditarem que é algo correto ou melhor, moralmente correto. Mesmo que seja algo negativo que a pessoa esteja fazendo, e também moralmente incorreto, o individuo sentiria como se aquilo que estivesse fazendo fosse correto, porque é justificado. 

Pessoas que dizem que ser homossexual não é algo natural, ou que atacam ateus e pessoas de outras religiões, estão utilizando a convicção baseada em questões individuais e na ideologia, ao invés da cultura ou da espécie. Além é claro de demonstraram falhas na maturidade, na mentalidade e na adaptação. E por isso agem da forma como agem. Quando essas pessoas atingem uma maturidade e mentalidade ideal, elas compreendem que estavam erradas e tendem a se arrepender da dor que causaram a outras pessoas por causa daquilo me que acreditavam.

Necessidades como a de sobrevivência, reprodução, e qualidade de vida, podem ser encontradas em qualquer espécie e principalmente em qualquer Lei ou dever moral em qualquer lugar ao redor do mundo. Questões que envolvem o prazer e a dor nos levam a evitar algo e a nos aproximar de algo. Está é a forma que desde pequenos nos conectamos aos objetos e ao ambiente ao nosso redor.

Diversos processos cerebrais tem o trabalho de gerar a convicção e fazer o individuo acreditar que aquilo em que acredita é verdadeiro. Essa convicção muda seu senso moral e a estrutura primária é modifica para satisfazer aquilo em que o individuo acredita, temos então o sentido de vida ou sentido existencial.

É possível um teísta se tornar uma pessoa ruim ao deixar o teísmo?

Essa é uma pergunta muito interessante e a resposta é não. Quando um teísta diz que será uma pessoa má por causa de que a moralidade segundo eles é subjetiva, isso demonstra que estão pensando na moralidade de uma forma infantil e sem sentido. Da qual tem apenas um valor individual e que se modifica de individual para ideológica, e depois para  a cultura e por fim para chegar a espécie. Como eles avaliam somente a questão individual são incapazes de compreender o porque as pessoas que são ateus não saem matando ou fazendo o que é considerado errado.

Ao avaliarmos o mundo, compreendemos que eles estão errados. A observação das pessoas principalmente dos ateus demonstra que viver sem Deus não é sinal de não possuir moralidade. Já que como vimos a moralidade não necessita de Deus para existir, mas sim do ser humano. A resposta teísta é baseada no medo e na ignorância de compreender por exemplo como o cérebro funciona. Eles herdaram os argumentos e a inutilidade da moralidade baseada em indivíduos que viveram a muito tempo atrás do qual possuem uma moralidade ultrapassada e ineficiente.

Qualquer pessoa pode viver e muito bem sem Deus e ainda não fazer a maldade. Qualquer teísta que diga que irá fazer mal se deixar de ser teísta, é um individuo infantil, que não é capaz de se desgarrar da ideia a qual seu cérebro foi obrigado a se adaptar, do qual obriga o individuo a não compreender o mundo além daquilo ao qual está acostumado a ver e viver. Por causa disso, e da necessidade existencial, todo o ser e todos os processos em seu cérebro, o leva a concluir o mais óbvio e sensato para manter aquilo em que acredita como verdadeiro. O medo de perder aquilo que acredita, o obriga a pensar que assim que perder o que acredita, se tornará o oposto daquilo que segue, ou seja, se a pessoa for cristã acreditará que se ao se afastar de Deus e se tornar um ateu, irá cometer atrocidades.

Como dissemos a forma infantil do individuo pensar, juntamente com a ignorância e o medo, o obrigam a chegar a conclusão de que sem Deus tudo é permitido. Com isso encerro essa postagem e posso garantir que qualquer pessoa que diga que Sem deus tudo é permitido ou que sem deus não podemos saber se algo é moralmente correto ou errado, todos eles estão equivocados.

O ser humano se baseia muito no que é necessário para melhorar sua qualidade de vida, envolvendo a sobrevivência e a reprodução. Ou seja, necessita do progresso para viver e se reproduzir. O ser humano também é motivado por acordos e benefícios, já que não importa qual ideologia que siga, descobrirá os benefícios e lutará por tais benefícios, mesmo que a ideologia seguida seja falsa.


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Item Reviewed: Somos Seres Morais e não precisamos de Deus para dizer o que é certo ou errado! Rating: 5 Reviewed By: Gabriel Orcioli