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quinta-feira, 10 de setembro de 2015

Nietzsche, sobre o Cristianismo



alguns trechos do filósofo, bastante ácidos e revolucionários

- o que é cristão é o ódio contra o intelecto, contra o orgulho, a coragem, a liberdade, contra a alegria dos sentidos.

- não se deve embelezar nem enfeitar o cristianismo: ele travou uma guerra de morte contra o tipo superior de homem, ensinando a classificar os valores mais elevados da intelectualidade como pecaminosos, enganosos, tentações.

- denomino corrompido um indivíduo quando perde seus instintos, quando escolhe, quando prefere o que lhe é prejudicial.

- nos somos os primeiros, nós espíritos livres, a estar à altura de compreender uma coisa que dezenove séculos compreenderam mal - refiro-me ao instinto e à paixão que declara guerra à 'santa mentira' muito mais que a qualquer outra.

- quando se desloca o centro da gravidade da vida não para a vida, mas para o 'além', então se tirou da vida todo centro que tiver. A grande mentira da imortalidade pessoal destroi toda razão, toda natureza do instinto - tudo o que é benfazejo, favorece a vida e garante o futuro.

- é indecente hoje ser cristão, e é aí que começa o meu desgosto - olho à minha volta: não resta sequer uma palavra do que outrora se chamava 'verdade'.

- que espécie de falsidade deve ser o homem moderno para não ter vergonha de chamar-se cristão.

- ideia bárbara e absurda: o sacrifício dos inocentes para os pecados dos culpados.

- a igreja falsificou até a história da humanidade para fazer dela a pré-história do cristianismo.

- que se segue disso? Que é bom colocar luvas quando se lê o Novo Testamento. A presença de tanta sujeira o obriga a isso. Não há nada que seja franco, sincero, leal. Nele é tudo covardia, cegueira voluntária e engano de si próprio.

- no cristianismo é todo o judaísmo que se manifesta na arte de mentir santamente, aprendizagem e técnica judaicas das mais sérias que chegaram ao auge da maestria.

- toda a humanidade, as maiores mentes das melhores épocas se deixaram enganar. O evangelho foi lido como livro da inocência... o que basta para mostrar com que maestria a comédia foi representada.

- no fundo, a mera vida do Salvador não podia lhes servir em nada - eles tinham a necessidade da morte na cruz e de algo mais...

- o idealista, assim como o padre, tem em suas mãos todas as grandes noções e se manifesta com um desprezo contra o entendimento, a boa vida, a ciência; olha essas coisas do alto de si como forças pervertedoras.

- 'não julgueis', dizem eles, mas mandam para o inferno tudo o que se atravessa em seu caminho. Ao deixarem deus julgar, são eles próprios que julgam; ao glorificarem a deus, se glorificam a si mesmos.

- o puro espírito é a pura mentira. Enquanto o padre for visto ainda como uma espécie superior de homem, ele que é por profissão negador da vida, não haverá resposta à pergunta: O que é a verdade? A verdade já foi posta de cabeça para baixo quando o advogado consciente da negação é visto como representante da verdade.

- ponho de lado alguns céticos, do tipo decente que a história da filosofia comporta: mas o resto ignora as exigências da probidade intelectual. Todos eles se comportam como donzelas - consideram sem dificuldade os 'belos sentimentos' como argumentos, a convicção como um critério da verdade. Para terminar, Kant, conferiu um valor científico a essa forma de corrupção.

- e a igreja foi apoiada pelos filósofos: a mentira da 'ordem moral do mundo' se insere em toda a própria evolução da filosofia moderna.

- esse universo de pura ficção se distingue com desvantagem daquele dos sonhos, no fato de que este reflete a realidade, enquanto que aquele falsifica, desvaloriza e nega a realidade. Esse universo de ficção tem a sua origem no ódio contra o natural - a realidade.

- a preponderância dos sentimentos de desgosto sobre aqueles de prazer é a causa dessa moral e religião fictícias: semelhante preponderância fornece a fórmula da decadência.

- quando deus é rebaixado passo a passo ao símbolo de uma bengala para os exaustos, a uma tábua de salvação para todos aqueles que se afogam, quando se torna o deus dos pobres por excelência, o deus dos doentes e que é chamado de 'salvador': que esconde semelhante metamorfose, semelhante redução do divino?

- que é a moral cristã? O acaso que perdeu sua inocência, a infelicidade contaminada pela noção de pecado; o bem-estar considerado como um perigo, uma tentação.

- o padre abusa do nome de deus: chama 'reino de deus' um estado das coisas em que o padre é quem determina os valores. O santo parasita aparece para desnaturar as coisas da vida - na linguagem dele, 'santificá-las'

- instrumentos de manipulação do poder, o sacerdote vive dos pecados, ele tem necessidade que se 'peque'... Princípio supremo: 'deus perdoa aquele que faz penitência' - traduzindo: aquele que se submete ao sacerdote.

- que beatos insignificantes possam imaginar que as leis da natureza são constantemente transgredidas em seu favor - não há como expressar desprezo suficiente por toda essa espécie de egoísmo elevados até o infinito.

- Paulo quer confundir a sabedoria do mundo: seus inimigos são os bons filólogos e pensadores.

- a ciência é o primeiro pecado, o germe de todos os pecados, o pecado original. Essa é a única moral: 'Tu não conhecerás': o resto decorre disso.

- o pecado, repito, essa forma de autoprofanação, foi inventado para tornar impossíveis a ciência, a cultura, toda elevação e toda nobreza do homem; o sacerdote domina graças à invenção do pecado.

- parece-me, entre os cristãos, que há uma espécie de critério da verdade chamado 'prova pela eficácia'. 'A fé torna feliz: logo, é verdadeira'.

- a igreja cristã não poupou nada em sua corrupção, de todo valor fez um não-valor, de toda verdade uma mentira, de toda integridade uma vilania da alma. Que se atrevam ainda a me falar de seus 'benefícios humanitários'! O cristianismo vive de misérias, ele criou a miséria para se perpetuar... Por exemplo, o verme do pecado: é com essa miséria que a Igreja começou a presentear a humanidade.

- e conta-se o tempo a partir do primeiro dia do cristianismo! Por que não contá-lo a partir de seu último dia? Transmutação de todos os valores!
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Item Reviewed: Nietzsche, sobre o Cristianismo Rating: 5 Reviewed By: Gabriel Orcioli