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domingo, 23 de agosto de 2015

A questão moral e o problema moral teísta - Parte 2

A Moralidade e a Visão sobre a sobrevivência, reprodução e qualidade de vida

Existem muitos estudos sobre a moralidade.  Desde analises do reino animal até mesmo do próprio ser humano. Normalmente ouvimos as pessoas dizerem que questões morais não passam das necessidades de adaptação ao ambiente e a nossa biologia, que através dos meios sociais geraram Leis e Regras.

Naturalmente diversos estudiosos descobriram que a sobrevivência, reprodução e qualidade de vida, não é uma resposta adequada a diversos comportamentos que vemos tanto na natureza, quanto nos seres humanos. Em consequência destes estudos muitos teístas os utilizam de forma inadequada. Está posição é provida de diversos teístas que defendem que sem Deus não existe uma moralidade objetiva. Para muitos deles é impossível saber se algo é certo ou errado. Na visão que possuem não há como saber se um determinado comportamento é certo ou errado sem Deus existir.

Eles indagam: como podemos saber se algo é verdadeiramente correto sem deus?

Essa pergunta, os mesmo não podem responder, porém nós podemos. Temos dois assuntos hoje:

1. Como podemos saber se algum dever moral é verdadeiro
2. Como funciona a questão de sobrevivência, reprodução e qualidade direcionada aos deveres morais

Acredito que esses dois pontos são o suficiente e são eles que vamos tratar agora.



Como podemos saber se algum dever moral é verdadeiro

Compreendendo que o ser humano possuí diversas necessidades, seria interessante notar que a regra de 'não matar' seria totalmente inútil se fossemos imortais. Neste contexto como os seres são imortais, 'não matar' não tem qualquer necessidade de existir. E este é o ponto. Quando avaliamos as Leis e regras, compreendemos que elas são necessárias. Algo que é necessário, se torna verdadeiro. 

Uma necessidade é algo que é inevitável, que é necessário existir, logo se é necessário existir se torna verdadeiro.

Semáforos

Como podemos saber se é certo ou errado a existência de semáforos?, ou como podemos saber verdadeiramente se é certo ou errado existirem semáforos? Para a pessoa que faz essa pergunta, a mesma deve ficar em um dilema terrível, já que não importa aonde ela procure, não encontrará uma resposta para sua racionalidade.  A razão de jamais encontrar uma resposta, é que está fazendo a pergunta certa porém procurando a resposta no lugar errado.

Não é possível saber se um semáforo é verdadeiramente correto ou falso, a pergunta que deve ser feita é se o semáforo é necessário. Se for necessário, não importa se é certo ou errado, se é verdadeiro ou falso, se é necessário então se tornará verdadeiro. Como um semáforo sacia uma necessidade em nossas cidades, essa é a razão deles serem certos. Se vivêssemos em uma cidade da qual não fosse necessário existir semáforos, logicamente a existência de semáforos seria visto como errada, pois não seria necessária. 

Desta forma podemos começar a compreender como os deveres morais de fato existem. Não existem porque são verdadeiros ou são certos, ou porque necessitam de Deus. Deveres morais existem porque são necessários. Algo que é necessário, se torna verdadeiro. Outra pergunta que vem é, como nosso cérebro nos leva a não matar nossos amigos, familiares?

Novamente a mesma resposta. Temos em nosso cérebro diversos processos cerebrais, dentro desses processos temos o processo que gera a conexão entre os objetos. Todos nós temos esses processos e nos conectamos a diversos objetos. Essa conexão torna necessário a existência desses objetos, independente se são verdadeiros ou falsos. 

A razão de alguém que deixa de acreditar em Deus ou não acredita em Deus, em não matar outras pessoas, é porque se tornou necessário não matar outras pessoas. Neste sentido, pode existir Deus ou não, todas as pessoas que perdem sua crença sentem a necessidade de manter-se vivas e ao mesmo tempo de manter outras pessoas vivas. Porém, essa necessidade de viver tem enorme influência de nosso ambiente e cultura. 

Essa é a parte interessante sobre moralidade. 

Como funciona a questão de sobrevivência, reprodução e qualidade de vida


Irei explicar a questão moral  em 4 pontos a qual ela está envolvida: 

1.                      Valor Individual.
2.                      Valor da familiar (amigos, parentes e etc)
3.                      Valor de Ideologias e Filosofias de vida.
4.                      Valor para toda a espécie.

Podem existir outros valores, mas estes quatro são o suficiente.

Todos os dias tomamos decisões que podem variar do grau de valor de cada um dos quatro pontos mencionados. Por exemplo, se um individuo respeita toda a espécie, logicamente o mesmo respeitará a todos, independente de sua cor,. crença, status social e etc. Porém, uma pessoa que tem um valor individuo maior que todos os outros, tenderá a preferir satisfazer suas próprias necessidades ao invés da necessidade de toda a espécie. Exemplo  no ser humano são psicopatas e indivíduos que visam o bem próprio. 

Em meio a natureza encontramos este mesmo tipo de comportamento que nós seres humanos possuímos. um grupo de Macacos pode muito bem matar os filhotes machos. Analisando está questão compreendemos que, o valor em manter o Macho dominante como líder por maior período de tempo, é muito mais importante do que ter o bem para toda a espécie. 

Leões também agem de forma parecida para manterem o poder. Podem expulsar algum leão mais jovem do grupo ou podem mata-los enquanto ainda são pequenos. 

Podemos perceber que não é uma questão de ser certo ou errado, mas sim em ser necessário. Em nós humanos também podemos perceber este comportamento como por exemplo o Crime Organizado ou com o tráfico de pessoas. 

Exemplos podemos encontrar em toda a história da humanidade ao perseguir e matar milhares de pessoas em nome de deuses ou em prol de alguma causa, ideologia ou crença. Nos quatro pontos mencionados acima, estão em ordem de importância que pode modificar segundo as necessidades de adaptação ao ambiente. Por exemplo, nós seres humanos, ao menos em países como o Brasil ou Estados unidos, segue-se exatamente a ordem de importância de 1 até 4, mencionadas acima. Isso porque vivemos em um período de qualidade de vida e não somente de sobrevivência. Se vivêssemos em um período de sobrevivência, o ponto 4 deixaria de ser necessário, e matar pessoas para sobreviver seria necessário. Logo a Lei 'não matar' seria 'matar caso necessário para sobreviver'. 

Conclusão

Como vimos a moralidade trabalha de forma bem interessante, tanto através de processos cerebrais e também de nossa cultura. Descobrimos que não tem como saber se por exemplo, não matar alguém é certo ou errado, porém sabemos que em muitos casos é necessário e isso torna matar ou não matar correto, por mais que esteja quebrando o ponto 4 mencionado acima. 

As necessidades criam o que é certo ou errado, neste sentido, nossas Leis e Regras são certas pois são necessárias. Quando deixarem de serem necessárias, deixam de terem sentido e se tornam erradas. Compreendemos que sem Deus, a moralidade existe. A moralidade independe de Deus. Vamos ver o que os teístas dizem sobre isso. 



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9 comentários:

  1. Fala Gabriel, tudo bem? Aqui é o Felipe, que fez parte do texto do Respostas ao Ateísmo.
    Primeiramente quero lembrar que existem dois sentidos da palavra necessidade.
    1-Necessidade lógica, física, etc.: É quando algo é inevitável. Não teria como ser diferente. Ex. Uma pedra solta no ar necessariamente vai cair. (Nas condições normais do nosso mundo)
    2-Necessidade utilitária: É quando algo deve acontecer para que um propósito seja cumprido.
    Por exemplo: crianças da África necessitam de mais alimento (para sobreviver). Obviamente o alimento não aparece na frente delas só porque elas necessitam. Essa necessidade não torna algo inevitável.

    Nesse post você está partindo do princípio que se algo é necessário, ele é certo. Sua justificativa disso é que "uma necessidade é algo que é inevitável", portanto você está usando a definição 1.
    Bom, não é inevitável existirem políticos honestos. Muitos não são honestos. Daí concluímos que a honestidade na política não é algo necessário (na definição 1). Portanto, honestidade na política não é algo certo, já que não é necessário.
    Mas acho que você acredita, como eu, que é certo um político ser honesto. Daí seu argumento é falho.

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    1. O exemplo que está oferecendo é que é o problema. Algo que é necessário, por exemplo como um semáforo é necessário , não matar também é necessário, porém vai depender das necessidades do ambiente e das condições do ambiente. Um político ser honesto ou não, não torna a honestidade uma necessidade e essa é a questão e envolve diversos pontos que não devem ser ignorados, como influência da corrupção e valor pessoa sobre a honestidade e sua importância.

      A honestidade não é necessária porém se torna obrigatória para aqueles que aceitam a honestidade como necessária.

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  2. Mas o político desonesto não aceita a honestidade como necessária. Então ele não se torna obrigatório para ele. Portanto você não pode dizer que ele está agindo errado. Nem dizer que ele deveria mudar de atitude. Nem mesmo faria sentido puni-lo já que ele não está fazendo nada de proibido, já que pra ele não é necessário. No teísmo eu posso dizer que ele está agindo errado, mas no ateísmo não teríamos nenhuma razão para condená-lo.

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    1. Corrigindo a segunda frase: Então a honestidade não se torna obrigatória para ele.

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    2. De forma simples, seu argumento tem uma falha lógica: Para ser político não é necessário que o mesmo seja honesto.

      O que é necessário para ser político?

      Se sabe o que é necessário para ser político, compreenderá que algo obrigatório não pode mudar, se torna necessário. Se você quiser ser um político deve compreender o que é necessário para ser um político e ser honesto, não é algo que seja necessário para alguém ser político.

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    3. Então você acredita que não tem nada de errado um político ser desonesto?

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    4. A desonestidade na política não é imoral?

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    5. Ser desonesto ou honesto não interfere em ser um político logo não é necessário ser honesto para fazer parte da política. Não faz diferença. Não irei ficar perdendo meu tempo quando o senhor não compreende o que é necessário e o que não é necessário. Como eu disse, seu exemplo foi bem inocente e sem sentido.

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    6. Ora, mas eu concordo com você que honestidade não é necessário. Foi o que eu disse desde o começo. Mas a questão moral não é essa. A questão moral é se é certo ou errado, permitido ou proibido. A desonestidade é um exemplo bom porque, creio eu, ambos concordamos que ela é imoral e errada. Por isso eu te desafio a explicar sem Deus o motivo dela seria imoral e errada.

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Item Reviewed: A questão moral e o problema moral teísta - Parte 2 Rating: 5 Reviewed By: Gabriel Orcioli