1. Serão os valores morais
relativos? Ou Serão Universais e absolutos? Argumentos para esclarecer este
problema
2. A
natureza dos valores
Dos vários tipos de valores é fácil perceber que alguns dependem do sujeito,
das suas preferências, das suas necessidades, são valores subjetivos porque
sobre o mesmo objecto diferentes sujeitos reconhecem diferentes valores.
3. Diversidade
subjectiva
Por
exemplo: Umas luvas podem ter muito valor para quem vive na Sibéria ou para
quem sofre de fieiras e nenhum valor para quem está neste momento no Brasil, ou
para quem simplesmente não gosta de luvas. O valor da utilidade dado às luvas
parece depender da circunstância ou do gosto de cada um dos sujeitos, dizemos
que esses valores têm um carácter subjectivo.
4. Será
assim tão simples?
Mas
em relação aos valores morais parece que eles são diferentes porque não
dependem do gosto ou das circunstâncias do sujeito. Por exemplo torturar uma
pessoa inocente, parece ser sempre incorreto, independentemente de alguém numa
certa circunstância o defender. Os valores morais parecem ter um carácter
objectivo e não subjectivo.
5. A
diversidade cultural
Podemos ainda pensar que há valores que dependem do nosso contexto cultural.
Por exemplo: O valor dado à liberdade religiosa, política e de união dos
indivíduos, parece ser mais valioso para a nossa cultura que para outras em que
é considerado incorreto não seguir a religião do seu país.
6. Diferentes
concepções do casamento
7. O
que é a cultura?
A cultura como criação: recebe-se por tradição mas vai-se renovando com a
integração de novos elementos (aculturação). A cultura como informação:
conjunto de conhecimentos teóricos (ciência) e práticos (boa educação) A
cultura como fator de humanização: o homem só cumpre a sua natureza essencial
no seio da cultura. A cultura é a adoção e partilha de um conjunto de símbolos
e rituais que possibilitam uma interpretação da realidade e a sensação de
pertença a um grupo. Exemplo: os rituais do casamento, de funeral, a língua,
forma de vestir.
8. Assim há discussão sobre o carácter dos valores. Serão subjectivo e
dependentes dos gostos de cada um? Serão objectivo e independentes dos gostos?
Serão culturais? A questão é mais importante se pensarmos nos valores morais e
nos abusos e crueldades que se podem cometer sobre certos indivíduos. Quanto
aos valores morais é urgente compreender as razões que nos podem elucidar sobre
a sua natureza.
9. Terá
a natureza um valor absoluto? Ou a democracia?
10. Para
esta questão há três respostas possíveis: A TEORIA SUBJETIVISTA que afirma que os valores morais dependem do sujeito e
não há portanto nenhuma autoridade moral que possa afirmar objetivamente que
esta ação é correta ou incorreta. Não há verdade moral. A TEORIA RELATIVISTA
MORAL que deriva do relativismo cultural e da diversidade de culturas e de
procedimentos. Afirma que não há verdade moral universal ou que cada cultura
tem a sua verdade moral. A TEORIA OBJETIVISTA que afirma que há verdade moral
baseada na razão, e que há portanto o correto e o incorreto independentemente
das preferências do sujeito e da cultura. Argumentos a favor e contra cada uma
destas formas de encarar os juízos morais.
11. Qual
destas três teorias tem melhores argumentos?
12. Argumento
a favor do relativismo cultural e moral: Favorece a tolerância, isto é, aceitação da diversidade. Deste modo preserva-se
a diferenciação e permite o diálogo entre diferentes formas de conceber as
relações humanas. Compreende-se que não há culturas superiores e, assim, não se
pode impor um padrão. Combate o etnocentrismo, isto é, a razão que alguns
grupos culturais evocam para destruir os costumes de outros.
13. Outro
argumento a favor: A
Diversidade de costumes, e de procedimentos, assim como de formas de valorar.
14. Objeção:
Relativismo cultural não significa relativismo moral. A aceitação de que não há
culturas superiores, não significa que todas as práticas culturais sejam
moralmente aceitáveis.
15. Argumento
contra o relativismo cultural e moral
A indiferença: O facto de
aceitarmos evidentes crueldades sobre comunidades mais fracas, como a violência
sobre as mulheres, com a justificação da diversidade, torna-nos cúmplices e
indiferentes do ponto de vista moral.
17. Outro
argumento contra: Conformismo social: Dentro de cada cultura há indivíduos que discordam e lutam
contra certas práticas e tradições. Não concordam com a forma como as leis
morais punem e não têm em conta os direitos das minorias. Sendo relativistas
estamos a negar a independência do pensamento de alguns que se revoltam contra
as injustiças das suas culturas. Estamos a defender o conformismo social, a
verdade da maioria. Negamos também a evolução dos costumes que se vão alterando
pela reivindicação e revolta de alguns dissidentes.
18. Outra
espécie de relativismo: O Subjetivismo
ARGUMENTOS A FAVOR:
ARGUMENTO DA DIVERSIDADE OU DO DESACORDO Este argumento também é válido para o
RELATIVISMO e baseia-se na verificação do facto de que os juízos de valor
variam consoante os indivíduos, há, portanto, diversas formas de considerar as
ações e, muitas vezes há desacordo sobre o que está correto ou incorreto.
19. Não
podemos pôr um fecho éclair na história da pluralidade.
20. Argumento
contra: A CONTRADIÇÃO: Parece implicar uma contradição considerar que não há
qualquer verdade moral e que todos os juízos e procedimentos morais são
justificáveis. Se assim fosse o diálogo seria impossível, visto que não haveria
forma de mostrar por um conjunto válido de razões porque certos juízos e
procedimentos são incorretos, não haveria mesmo o bem e o mal, mas certas
disposições, todas boas ou nenhuma boa.
21. Será
justificável queimar livros?
22. Objecção:
Argumento contra
O
Objectivismo contraria este argumento dizendo que o facto de haver diversidade
de opiniões e juízos não significa que sejam todos verdadeiros, alguns podem
ser verdadeiros e outros falsos. Porque as pessoas podem estar enganadas acerca
dos seus valores morais e à forma como julgam as suas ações e as dos outros.
23. A
declaração universal dos direitos do Homem?
24. Talvez
haja valores morais absolutos e universais. A TEORIA OBJETIVISTA afirma que há verdades morais, e valores morais objetivos,
de acordo com a razão, independentemente das preferências do sujeito e da
cultura. A carta universal dos direitos humanos poderia ser um facto que
fundamenta esta concepção.
25. Nesta
perspectiva a Natureza tem valor absoluto. Intrínseco
26. Argumentos
a favor: ARGUMENTO DAS CONSEQUÊNCIAS INDESEJÁVEIS: Se aceitarmos o subjetivismo e o
relativismo teremos de aceitar procedimentos racistas e práticas de crueldade
sobre inocentes.
27. Outro
argumento a favor: COINCIDÊNCIA DE VALORES
Como o subjetivista salienta a diversidade, o objectivista pode salientar a
comunidade de certos valores, há consenso sobre certos valores morais, como a
Carta Universal dos Direitos Humanos.
28. Parece
haver consenso sobre isto.
29. Objeções:
ARGUMENTO DOS VALORES NÃO SEREM ENTIDADES Se os valores não tivessem na nossa
mente, teria de haver algo como a beleza, ou algo como a justiça, como
entidades separadas e isso parece muito estranho. O OBJETIVISTA contrapõe
dizendo que as propriedades primárias e objectivas como as cores dos objecto
também precisam de alguém que as avalie e, no entanto são qualidades dos
próprios objeto e não são dadas pelo sujeito.
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