Cabeçalho em Imagem

Cabeçalho

Novidades

quinta-feira, 1 de outubro de 2015

A Regliião e afé tem cada vez mais, menos importância



Historicamente, a religião tem sido um foco central das preocupações humanas. Mas agora, em grandes partes do mundo desenvolvido, a religião se tornou secundária ou até mesmo irrelevante. A Religião foi declarada falsa pela maior força de nossos tempos: a ciência. Debater sobre religião, pode não ser a melhor opção. O Mistério, a admiração, e a necessidade de encontrar respostas aonde ainda não existem respostas, fazem da religião e da crença em Deus falsas, através do argumento da ignorância.  É também importante compreender quais necessidades levaram as pessoas à religião. Para que possamos reconhecer e atender a estas necessidades sem uma estrutura sobrenatural.

4000 AC, Arnhem Land, Austrália. Um aborígene Australiano pinta em uma rocha uma serpente. A chamada serpente Arco-íris é uma parte central da religião aborígene. Está criatura e outras serpentes aceitas como divinas são adoradas por terem feito tudo.  As serpentes eram responsáveis por tudo, também eram responsáveis pela chuva, pelo sol, pela coloração dos pássaros, e também era necessário para saciar está divindade, fazer sacrifícios humanos. A estrutura da crença dos primeiros australianos é quase idêntica a encontrada em religiões primitivas em quase todo o lugar em nosso planeta. É como se o ser humano, para explicar o mundo e seus acontecimentos, utilizassem sempre a mesma lógica, a mesma ideia, a mesma estrutura. Cada cultura, criou suas mitologias, é possível afirmar que as necessidades e os processos cerebrais humanos, levou a criar divindades para saciar necessidades pessoais, envolvendo a duvida, a ignorância, a admiração, a necessidade de sentido existencial, e etc. É um conjunto de coisas que levam a crença em Deus. É um pacote, principalmente emocional.

A religião tem suas origens no desejo de explicar um mundo muito confuso. Quanto mais voltamos no tempo, maior era essa necessidade. A ciência não existia, e o que deduziam era baseado no que viam. Desta forma, buscando encontrar padrões e assim explicar tanto o mundo, quanto a morte, quanto as doenças, quando as coisas boas e ruins, que a propósito os próprios humanos criaram a ideia de bem e mal baseado em si mesmo e suas necessidades, demonstra que a religião não possuí uma base sólida. Religião é uma projeção no mundo real de todo tipo de preocupações humanas. É uma forma simples de explicar, o mundo e principalmente explicar de forma equivocada o que não conhecem, não sabem ou possuem duvida. Religião, nos dias modernos, não se baseiam em certezas, mas sim na duvida. Enquanto existir duvidas, principalmente sobre os mistérios da vida, sobre o universo e o mundo, a religião encontrará um lugar. Deus, é um bolso cada vez mais vazio.

Religião se torna o foco dos rituais para agradar os Deuses possivelmente irritados e ao mesmo tempo, saciar emocionalmente aqueles que acreditam nesses Deuses. A religião não compreende o cérebro humano e seus diversos processos, aos quais geram diversas necessidades como:

Ø     A necessidade de fazer parte de um grupo.
Ø     A necessidade de a existência ter um sentido além de viver, comer, ter filhos e morrer.
Ø     O medo da morte e a necessidade e viver eternamente – O terror da Morte e o Terror da realidade.
Ø     A necessidade de ser feliz.
Ø     A necessidade de encontrar padrões.
Ø     A necessidade de saciar as emoções.
Ø     A necessidade de não aceitar a frase ‘não sabemos ainda’ como uma resposta insatisfatória.
Ø     A necessidade de evitar a duvida e ter certeza.
Ø     A necessidade de encontrar padrões no mistério e no desconhecido.
Ø     A necessidade de lidar com um mundo cruel.
Ø     A necessidade de não se sentir sozinho.
Ø     A necessidade de impor que o que se sente é real, quando aquilo que sentimos, tem a intenção de dar sentido e não de provar a existência. É um processo cerebral.
Ø     A figura paterna de um pai poderoso.
Ø     A imaginação querendo fazer parte da realidade.
Ø     A necessidade de ajudar o próximo, principalmente se este seguir a mesma religião ou ter a mesma crença (empatia que qualquer ser humano tem é utilizada como algo provido de Deus).
Ø     A necessidade provida de que as pessoas devem concordar com nosso ponto de vista.
Ø     A necessidade de se entregar totalmente a uma causa (honra, moral).
Ø     A necessidade de seguir líderes e ter a vida guiada por outros. Tal necessidade provida de uma imagem de alguém ou alguma coisa superior em muitas características e requisitos.
Ø     A preocupação com o bem estar do próximo e de nós mesmos.
Ø     A necessidade de aliviar as frustrações, as dores e os males da vida.
Ø     A necessidade de culpar alguém pelas injustiças e sofrimento que nos cercam.
Ø     A necessidade de ter um porto seguro, que seja superior a qualquer problema ou conflito.
Ø     A necessidade de ser especial e necessário.
Ø     A necessidade de buscar a felicidade e encontrar objetos que saciem está necessidade.
Ø     A necessidade de compreender a própria existência e descobrir de onde vem.

Entre outros. Deus, é um pacote para aquele que acredita. É uma forma de saciar as necessidades mais básicas dos seres humanos. Acreditar em Deus pode ser mais complexo que acreditar em Papai Noel, porém possuí os mesmos processos e a mesma base. A diferença é que Deus é uma crença para lidar com as necessidades dos adultos, enquanto Papai Noel é a necessidade infantil de saciar suas necessidades. A ideia é a mesma, o que muda é a complexidade da crença e as necessidades humanas.

Do estudo das religiões primitivas, chega-se à compaixão pelos terrores e confusão que foram responsáveis pela geração das crenças modernas e pela assustadora ignorância em que nossos antepassados estavam fadados a viver. A Lua vermelha era um sinal dos deuses, quando de fato é um ato natural. Cometas se tornaram entidades. Acontecimentos naturais como a chuva e a seca eram vistos como providos de alguma divindade, quando de fato, era algo totalmente natural (essa era a crença do povo de Israel descrito na Bíblia, utilizando a ignorância para explicar o que não conheciam). A base da religião é a ignorância, o medo, a esperança e principalmente algo que nos acalma. Mas a religião também chega ao respeito pela nossa própria engenhosidade psicológica em muitos casos. Pela nossa esperteza em criar histórias para nos acalmar ou gerar medo. Manter a comunidade unida e lidar com o desconhecido.

400 A.C.,Kushinagar, índia. Um príncipe filosófico e bom, Siddhãrtha Gautama, morre. O seu outro tírulo, Buda, significa despertado ou iluminado. Ele ensina a seus seguidores que em breve seriam milhões a esperar sofrimento constante na vida, mas também a tentarem se livrar das suas consequências imediatas e os espasmos ansiosos que os budistas chamam de ‘A mente Macaco’ para reflexão e meditação.

No Budismo , vemos uma tentativa características das religiões utilizando as necessidades e ignorância humana a seu favor, uma característica de acalmar as mentes dos seguidores em relação a ansiedade, medo, raiva, frustrações, pobreza, doença e morte. Religião foi criada para lidar com as emoções humanas. A tarefa das religiões é nos manter com esperança, nos livrar da incerteza provida pela duvida, impedir que nossas mentes sofra no terror do vazio existencial  e segurar nossas mãos nos priores momentos e finais momentos de nossas vidas. Religião é a esperança de evitar o sofrimento e buscar recompensa e conforto, quando tudo falha.

1025 D.C, Dinastia Song, China. Um escultor produz uma representação de uma bela divindade Budista feminina chamada Guanyin. Ela é a versão Budista da Virgem Maria (que também é uma história falsa contada a milhares de anos), ela tem o papel semelhante a da Virgem Maria. No Catolicismo temos a representação do Papel do Pai e da Mãe na vida de cada individuo. O Deus cristão e a Virgem Maria substituem essa necessidade. O objetivo tanto da Virgem Maria, de Deus, da deusa Budista, é nos ouvir nas emergências, oferecer ternura, alivio e nos fortalecer para enfrentar as tarefas da vida. O ponto centra destas duas figuras (deusa budista e da Virgem Maria) maternas no Budismo e no Cristianismo sugere que a vida madura adulta tem momentos de dúvidas terríveis e dilacerantes, que necessitam de uma saída. Essas duas figuras maternas fazem o papel de Mães de uma criança que as protege dos perigos do mundo. O que traz a necessidade de recuperar a segurança e o aconchego da infância.

Ser um adulto razoável não funciona sempre. Nas nossas piores crises, nós regredimos. Queremos ser acolhidos, compreendidos e perdoados como se tivéssemos 5 anos. A religião se aperfeiçoou em atingir psicologicamente seus seguidores.  A religião sabe de tudo isso, respeita e não nos zomba por isso. Muito pelo contrário, utiliza nossas necessidades, fraquezas, ignorância, erros, falhas, nossas emoções, nossos medos, prazeres e desejos, para que possam continuar viva. São como sangue sugas. A religião é a mestre em manipular, usar e dominar as pessoas para saciar a existência da religião e impor sua força perante o mundo.  A religião se coloca como algo bom, mesmo tendo seu lado negativo. É necessário separar a religião das pessoas. Existem pessoas religiosas que não fazem mal a uma mosca, e existem pessoas religiosas que estão dispostas a tirar a vida de outras pessoas, humilhar, agredir, matar, roubar, destruir em nome do que acreditam. Religião possuí dois lados, e o lado negativo, não justifica o positivo. É necessário muito cuidado com as religiões. Assim que o sistema conseguir saciar as necessidades dos pobres, dos necessitados, a religião perderá totalmente seu sentido. É necessário o sofrimento, a pobreza, o ódio, a dor, a frustração, e tudo o que há de mal no mundo, para que a religião sobreviva. Uma vez que o sistema satisfaz e resolve esses problemas, a religião perderá sua necessidade de existir.

1133 D.C. Winchester, Inglaterra. As pessoas mais pobres da região de Winchester, sul da Inglaterra se refugiam no ‘Hospital of St Cross and Almshouse of Noble Poverty’, está é a mais antiga instituição de caridade do Reino Unido (a religião tem seu próprio sistema, que pode ser comparado a muitos sistemas governamentais hoje em dia. A religião tentou ser dona do mundo), fundada pelo Bispo de Winchester. Que leu os evangelhos meticulosamente e se inspirou na ordem de Jesus (uma pessoa que se preocupava com os pobres como sendo pessoas especiais, o que satisfazia a necessidade dos pobres de terem um representante e serem ouvidos) para tratar os mais pobres com dignidade especial (o que faz sentido já que os pobres é uma parte importante da sociedade, logo não devem ser deixados de lado ou ignorados). Destinado aos pobres, o asilo tem a escola de Oxford ou Cambridge, com a mais bela e nobre arquitetura da época. Asilos são um exemplo típico de um tema encontrado em todas as religiões do mundo: A caridade, e o dever dos ricos cuidares dos pobres. Ou seja, baseado na necessidade humana e na empatia humana, foram criadas diversas causas com o nome de suas divindades. Formas de representar os deuses através dos sentimentos e necessidades humanas.

Pode haver um aspecto regressivo nisso, as religiões podem ser parabenizadas por moderar os impulsos egoístas e lembrar os poderosos de pensarem nos indefesos.  A religião pede para as pessoas se imaginarem como infelizes, e que necessitam de Deus, tendo assim a ideia de que se se humilharem e buscarem a Deus, serão dignos de um lugar especial no esquema divino. Trabalham o medo para assim gerarem uma solução através de uma recompensa divina.

Nicolau Copérnico publica ‘Da revolução de esperas Celestes’, propondo uma visão heliocêntrica do universo no lugar da visão geocêntrica amplamente aceita na época baseado no livro de Josué, colocando o homem e a terra como o centro do universo. Em 1916, a Igreja Católica declarou a teoria heliocêntrica absurda e raivosamente baniu o trabalho de Copérnico. Entretanto a revolução de Copérnico não seria contida. Galileu Galilei defendeu o sistema em ‘O diálogo sobre os dois principais sistemas do mundo’ publicado em 1632. O papado novamente furioso não aceita tais ideias. Amaldiçoou Copérnico novamente e colocou Galileu Galilei em prisão domiciliar.

A igreja tentando se apegar a algo amável, utilizando as necessidades humanas, serviu por um tempo e fez bem a muitas pessoas. Para a época a religião era o melhor sistema (na época, pois não estamos mais vivendo naquela época). A ideia de nossa significância cósmica. A ideia que somos importantes. DE que alguém lá fora se importa com cada um de nós. Uma ideia brilhante devemos admitir da qual satisfaz a maioria das necessidades humanas. A religião tem um papel importante, porém isso não quer dizer que seja tão importante. As teorias de Copérnico e Galileu são como um fim doloroso da infância da humanidade. A descoberta de que somos um pequeno e insignificante ponto azul na imensidão do espaço, foi destruidor para a religião e principalmente para as necessidades humanas. Se a ciência existisse ainda mais cedo na história da humanidade, seria muito provável que a maioria dos mitos e das religiões não existiriam.

Um novo terror para as religiões e para milhares de pessoas passou a existir. Um novo terror existencial irá ecoar pelos séculos pelas descobertas científicas que colocam em check as histórias e conhecimento religioso. Ainda hoje estamos lidando com isso.

Julho de 1830, Londres, Inglaterra. Charles Lyell publica o primeiro de três volumes de sua obra prima geológica: 'Princípios da Geologia’. O conhecimento sempre foi e sempre será a forma mais bela de ajudar as pessoas. O livro usa novos métodos geológicos que mostram que a terra é mais velha do que se acreditava. A Bíblia, pegada literalmente diz que a Terra tem aproximadamente 6000 anos. Lyell diz que o registro fóssil prova que ela tem pelo menos 240 milhões de anos, baseado na observação de fósseis marinhos.  A ciência moderna estima em 4,5 Bilhões de anos. Os religiosos mais modernos contorceram a Bíblia para que a ideia Bíblica de 6 mil anos, fosse esquecida. Hoje, a religião evoluiu, utilizando os limites da ciência moderna como fonte de sua crença, assim como faziam os que jamais tiveram a oportunidade de ver as evidencias científicas modernas antes de escrever o livro de gênesis.

Em respostas as descobertas de Lyell, o critico social Jhon Ruskin abandona sua fé. Ele diz que sua fé foi amassada até a espessura de uma folha de ouro, por uma evidencia rochosa. ‘Se os geólogos me deixassem sozinho’, ele escreve, ‘eu ficaria muito bem. Mas aqueles martelos terríveis , ouço o barulho no final de cada verso da bíblia’. A ciência tornou quase impossível para qualquer pessoa inteligente acreditar na bíblia como uma verdade literal. Essa é a principal razão da existência da apologética (a forma religiosa de reinterpretar a bíblia para que as evidencias e descobertas científicas modernas, façam parte da mesma).

1835, Tubingen, Alemanha. David Friedrich Strauss, com 27 anos, publica a primeira edição do primeiro volume de um trabalho que marcaria a época: A vida de Jesus examinada criticamente. Strauss defende que não importa se Cristo era realmente o filhos de Deus ou fez milagres ou se voltou dos mortos depois de ser crucificado. O que importa, segundo Strauss, foi o exemplo moral e social que Jesus deixou. Essa ideia será predominante na religião, já que os próprios religiosos estão aos poucos se afastando da religião, já que eles mesmos estão descobrindo as mentiras e o quanto a religião pode ser perigosa. Os mais simples e leigos ainda seguem as religiões sem a conhecer, já aqueles que são religiosos e conhecem a religião, buscar saciar a crença na ideia de Jesus e do que ele fez (a necessidade humana de saciar suas necessidades, ajudar os pobres, e assim por diante). Não é uma ideia que provem de Jesus, mas uma necessidade que todos temos. Essa necessidade que foi feita de refém e presa pela religião.

A generosidade de Jesus, sua imensa ternura com os fracos, o amor com o próximo sem julgar o passado ou o que a pessoa fez, a possibilidade de redenção e seu compromisso com o perdão. Sua humildade. Ele viveu como carpinteiro, cresceu em meio a pobreza e descobriu que não é correto as pessoas viverem como viviam. Jesus tinha uma vida simples. Viveu entre os pobres. Strauss inicia uma nova forma de olhar para a religião. A religião Não é uma descrição verdadeira de como o mundo realmente é. A religião é algo que os humanos inventaram para satisfazer suas necessidades. Muitas das formas de satisfazer a necessidade humana criada pelas religiões são valiosas e merecem nosso respeito, porém outras não são mais valiosas e merecem ficar na história. É neste lugar que a religião merece ficar: na história.

1885, Amsterdã, Holanda. Um novo museu nacional, Rijksmuseum, abre oficialmente. O arquiteto Pierre Cuypers passou a carreira projetando e restaurando igrejas. O prédio rapidamente é chamado de ‘A nova catedral’ dedicada a arte. Com vitrais coloridos e uma solenidade eclesiástica. O museu foi um de muitos a serem abertos na segunda metade do século 19. É o resultado de um pânico generalizado, pelo que poderia de alguma forma, substituir a religião, agora que a fé está decaindo. É possível através da razão e da arte, saciar muitas das necessidades humanas da qual a religião fez como refém.  Uma resposta vencedora e impressionante é que a cultura pode substituir as escrituras. O argumento é que a arte pode nos trazer muitas das coisas que a religião já trouxe. Ela pode ser um guia. Uma fonte de consolo que pode ensinar a sabedoria e compaixão. Uma lembrança de nossa natureza boa. Algo que pode, imperfeitamente, mas ainda de forma real, nos reconciliar com a mortalidade e aos poucos ir perdendo o medo da morrer.

Conclusão

As necessidades que as religiões atendiam eram reais e importantes. Apesar da ciência, da TV, parques temáticos e centros de tratamento de câncer, nós ainda temos muitas dessas necessidades. Essas necessidades permite que a religião continue a sobreviver. Ainda temos que morrer e ainda precisamos de consolo em relação a morte. Precisamos ser lembrados, perante o capitalismo agressivo dos nossos deveres perante a comunidade, principalmente com os pobres. Ainda precisamos de um lugar para levar nossas ambições não atendidas, frustrações e tristezas. A religião pode ter sido uma ilusão profunda, mas foi uma ilusão importante. A principal mensagem, mesmo com tudo de ruim que a religião tem, é que precisamos compreender de verdade e ter compaixão para saber como criar sociedade seculares funcionas em nosso tempo.







  • Comentários do Blogger
  • Comentários do Facebook

0 comentários:

Postar um comentário

Item Reviewed: A Regliião e afé tem cada vez mais, menos importância Rating: 5 Reviewed By: Gabriel Orcioli